Beneficiários da Funserv reclamam do serviço prestado pela instituição

Há relatos de que alguns médicos estão desistindo de atender pela Funserv

Por Wilma Antunes

Procedimentos que antes eram ágeis, agora levam semanas para os atendimentos

Servidores públicos municipais e seus dependentes enfrentam dificuldades ao tentar marcar consultas médicas, exames, cirurgias e outros procedimentos que precisam de autorização prévia da Fundação da Seguridade Social dos Servidores Públicos Municipais de Sorocaba (Funserv). O que antes costumava levar apenas três a quatro dias, agora se estende por semanas, às vezes mais. Além disso, há relatos de que alguns médicos estão desistindo de atender pela Funserv, enquanto outros parecem colocar os servidores em um segundo plano.

As demoras na liberação de procedimentos médicos foram reconhecidas pela própria Funserv em resposta ao Cruzeiro do Sul. A Fundação apontou um aumento significativo na demanda após a pandemia, ao mesmo tempo em que enfrenta uma diminuição do quadro de funcionários devido a aposentadorias, desligamentos e falecimentos.

O Programa Federativo de Enfrentamento ao Coronavírus SARS-CoV-2, instituído pela Lei Complementar Federal 173/20, impôs restrições à reposição de pessoal, o que agravou a situação, resultando em um atraso de aproximadamente um ano na aprovação de uma reestruturação que agora está em andamento. A Funserv também alega ter ajustado os prazos de liberação por razões de readequação orçamentária, mantendo as contribuições dos servidores e seus dependentes inalteradas.

No que diz respeito à recusa de médicos em atender segurados da Funserv, a instituição nega que isso seja uma tendência. “O que ocorre um fluxo normal de entrada de novos credenciados e saída de outros, por questões diversas, tais como mudança para atendimento unicamente particular; saída do País, etc.”, justificou a presidente da Funserv, Silvana Chinelatto.

Já sobre as queixas de que servidores municipais frequentemente são colocados no final da fila para atendimento médico, Silvana afirmou que a instituição não interfere nas agendas de atendimento da rede credenciada. No entanto, reconhecem que profissionais mais procurados tendem a priorizar agendas para consultas particulares, o que afeta o atendimento através do convênio.

“Após a pandemia, como qualquer outro sistema de saúde, está sendo necessária a implementação de medidas para redução de custos e menor impacto possível aos beneficiários. Como exemplo, estão sendo realizados editais para adesão à rede credenciada, para sua ampliação e revisão de valores, sempre buscando assegurar a manutenção do modelo atual de autogestão, igualitário, solidário e com direito de escolha pelo prestador, afastando a possibilidade de terceirizações”, destacou.

Atualmente, a Funserv atende cerca de 28 mil segurados, entre titulares e dependentes, com uma demanda mensal média de 15 mil consultas, 70 mil exames e 300 cirurgias.

A Fundação informa que oferece diversos canais de comunicação para os seus beneficiários. Quem precisar de atendimento presencial pode comparecer à sua sede, localizada na rua Major João Lício, 265, no Centro. O telefone para contato é (15) 2101-4412. Além disso, há o canal “Fale Conosco” no site funservsorocaba.sp.gov.br, onde é possível enviar mensagens e tirar dúvidas. (Wilma Antunes)