Exposição ‘O Vazio Abarcado’ começa neste sábado (9) em Campinas
Jeff Barbato e Aline Moreno estão na mostra sobre questões geográficas
A mostra “O Vazio Abarcado” dos artistas visuais Aline Moreno e do sorocabano Jeff Barbato começa neste sábado (9), a partir das 10h, no Museu da Cidade - Casa de Vidro em Campinas. Os trabalhos abordam questões geopolíticas e geográficas dos municípios de Sorocaba e Campinas, regiões geograficamente acidentada e atravessadas pela linha férrea Sorocabana. A curadoria fica por conta do poeta e jornalista Jurandy Valença, que também é diretor da Biblioteca Mário de Andrade, em São Paulo. O evento é o resultado do projeto realizado com o apoio do ProAC.
As obras expostas, em sua grande maioria, foram produzidas para a exposição, entre 2021 e 2022 e propõem uma reflexão sobre essas regiões do interior paulista. A presença da linha férrea nessas cidades reforça a importância histórica dos municípios que recebem pessoas de todos os cantos fazendo com que a transitoriedade seja uma constante.
A pesquisa de Jeff Barbato passa primeiro pelo corpo fissurado e se desdobra pela ideia de natureza rasgada pela ação humana colonizadora, depois, pela tecnologia presente em tentativas de substituição ou ficticização de forças da natureza. O artista buscou inspiração em fragmentos e cartografias da linha férrea Sorocabana. Ele apresenta “Abundantes em Veios de Ferro”, a série “Raio-Rio” e “Uma Inesgotável Escavação”.
Aline Moreno apresenta duas séries diferentes de pinturas e “Paisagem Infinita” uma escultura circular modular feita de gesso, madeira e papelão que sugere em sua superfície um relevo semelhante ao de uma montanha ou oceano. Ao contrário das pinturas, cujas referências são lugares reais, Paisagem Infinita foi criada a partir de um software de modelagem 3D que gera paisagens de modo automático.
“Ambos discutem a representação da natureza, da paisagem por meio de operações poético-visuais que remetem à cartografia. Mas não aquela que entendemos como a representação geométrica plana, simplificada e convencional da superfície terrestre ou de parte dela. Eles, de certa maneira, exibem - cada um ao seu modo - um trompe l’oeil, expressão francesa e um recurso técnico-artístico empregado com a finalidade de criar uma ilusão de ótica para ‘enganar o olho’”, diz o curador Jurandy Valença no texto crítico.
Além da exposição, o projeto propõe uma fala pública com o curador e a dupla de artistas acerca dos trabalhos expostos democratizando e expandindo o acesso aos diálogos que permeiam suas pesquisas. Serão oferecidas visitas guiadas voltadas para estudantes da rede pública de ensino e mediadas pelos artistas e pela mediadora da exposição, que também conta com acessibilidade a pessoas com deficiência visual.
Os artistas
O sorocabano Jeff Barbato vive e trabalha em Sorocaba e é bacharel em Artes Visuais. Aline Moreno é mestranda em Poéticas Visuais na ECA-USP e formada em Artes visuais com habilitação em escultura na mesma instituição. (Da Redação)