Pernambuco registra mais dois ataques de tubarão em Jaboatão
Rapaz que foi atacado no domingo teve a perna direita amputada e tem o quadro de saúde delicado
Jaboatão dos Guararapes, na região metropolitana da capital pernambucana, teve o segundo ataque de tubarão em pouco mais de 24 horas. Uma adolescente de 14 anos foi mordida por um animal ontem (6) na Praia da Piedade, mesma área onde outro jovem, da mesma idade, foi ferido no domingo (5).
O rapaz que foi atacado no domingo teve a perna direita amputada e tem o quadro de saúde delicado. A jovem foi levada ao hospital com graves ferimentos no braço esquerdo, na barriga e na perna. É o terceiro ataque em menos de um mês -- um surfista foi mordido no dia 20 em Olinda, também na Grande Recife.
De acordo com relatos de comerciantes, o novo incidente foi a cerca de 500 metros da área do ataque anterior. “A gente ouviu a gritaria e já viu os bombeiros pulando no mar. A moça saiu coberta de sangue e estava gritando muito”, diz Helena Silva, de 47 anos, que vende comidas e bebidas na região. “A gente fica com medo e muita preocupação. Ontem (domingo) foi um, outro hoje (segunda) e sabemos que esses ataques podem significar o fim do nosso trabalho porque sobrevivemos do que comercializamos na praia. Com esse tanto de ataque, as pessoas ficam com medo.”
Alertas
A Praia de Piedade já foi alvo de pelo menos 15 ataques de tubarão. Em vários trechos da orla há placas de proibição indicando que não é permitido surfar, mergulhar ou a realização de outras práticas esportivas, o que reiterou, em nota, o Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões. Nas proximidades onde aconteceu o ataque do domingo, nem mesmo o banho de mar é permitido, mas a orientação é ignorada diariamente por centenas de banhistas.
Em nota, a prefeitura de Jaboatão dos Guararapes lamentou o ocorrido e informou que a área ‘não era considerada de risco‘. Outros pontos, como a Praia de Boa Viagem, no Recife, têm risco de ataques de tubarão.
Com a garota, sobe para 77 o número de ataques de tubarão em Pernambuco desde 1992, quando a contagem oficial começou a ser registrada. Deste total 26 vítimas morreram e 51 sobreviveram com sequelas ou amputações. Ao todo, 67 ataques ocorreram em cidades da região metropolitanas e 10 no arquipélago de Fernando de Noronha.