Polícia paulista usa tecnologia que ‘envelhece’ pessoas desaparecidas
O processo pode demorar semanas, e vários fatores são levados em consideração
Há 21 anos, Zeni Souza do Carmo, 65 anos, procura pela filha Stephany de Souza Lopes. A última vez que elas se viram foi na manhã do dia 17 de agosto de 2002, quando a mãe saiu de casa para trabalhar. Ao retornar, a menina de 6 anos havia desaparecido.
Como seria o rosto atual da garota? Há quase uma semana, o escrivão e artista forense Thiago Beleza utiliza técnicas de progressão de envelhecimento para projetar como a Stephany se pareceria hoje, já adulta. A foto de Stephany foi uma das imagens divulgadas nos vagões do metrô de São Paulo ontem (25). A data marcou o Dia Internacional das Crianças Desaparecidas
O Estado de São Paulo contabiliza, desde 2017, 964 queixas em aberto de crianças de zero a 11 anos desaparecidas. Somente neste ano, foram 53 registros. Para ajudar na busca, a Polícia Civil de São Paulo conta com uma tecnologia que “envelhece” as pessoas. A ferramenta é a mesma aplicada para o retrato falado digital, mas leva em consideração fotos do desaparecido e de familiares, como pais e irmãos.
O processo pode demorar semanas, e vários fatores são levados em consideração. “A gente leva em conta a situação que ela pode estar. Às vezes ela pode estar em uma situação de rua, se era usuária de entorpecente, e o resultado que isso pode ter no rosto dela”, explica Beleza. “Por isso, é importante que a família registre boletim de ocorrência em casos de desaparecimentos comprovados e forneçam à Polícia informações detalhadas das características físicas do desaparecido -- incluindo sinais e tatuagens --, além de fotografias recentes”, orienta o escrivão. (Da Redação)