Tarcísio afirma que operações policiais no litoral vão continuar

Defensoria Pública estadual pede o fim de operação por conta do alto índice de mortes atribuídas a policiais

Por Thaís Marcolino

Ativistas protestaram ontem em frente à SSP-SP

Questionado sobre as operações realizadas no litoral paulista desde a última sexta-feira (28), o governador Tarcísio de Freitas disse que as ações vão continuar. Ontem (3), a Defensoria Pública do Estado de São Paulo enviou ofícios à Secretaria da Segurança Pública (SSP) e ao Ministério Público em que pede o fim da Operação Escudo, deflagrada na última semana no litoral paulista.

O pedido, segundo a Defensoria, se deve especialmente por causa do alto índice de mortes atribuídas aos policiais. São 16 desde a última sexta, e esse número tem aumentado a cada dia. Os documentos são assinados pelo Núcleo Especializado de Cidadania e Direitos Humanos (NCDH) da Defensoria, que também fez outras recomendações à Secretaria da Segurança Pública e ao Ministério Público.

A despeito disso, Tarcísio apoiou a ofensiva. “Desde o começo do ano, temos visto uma população sofrendo com ataques, arrastões. A criminalidade vem crescendo e os números incomodando. O crime organizado tem que ser combatido, mas não é um combate fácil. Não há interesse da parte do Estado em ter confronto, mas há interesse do Estado em combater o crime e retomar esses locais”, comentou.

Um dos motivos para a permanência da operação na Baixada Santista é o número de drogas apreendidas e criminosos presos. “Já tivemos mais de meia tonelada apreendida. Eu acho que estamos tendo êxito no enfrentamento ao crime organizado. Acho que a coisa caminha para uma normalidade. A ideia é garantir a tranquilidade para a população. Não existe progresso sem ordem, e a gente precisa restabelecer a ordem”, complementou.

Em relação às denúncias de excessos e possível tortura, o governador disse que tudo será apurado. Porém, afirmou que não acredita que isso esteja acontecendo de fato. “O que tiver de excesso será averiguado e punido, mas não é o cenário que estamos olhando hoje. Não há evidência nenhuma de excesso da polícia, de tortura. A sociedade precisa entender o que quer, se quer deixar o crime organizado tomar conta ou combater”, finalizou. (Thaís Marcolino)