Terremoto deixa 2 mil mortos no Marrocos
Tremor de magnitude 6,8 abalou Marrakesh e outras cidades importantes do país no norte da África
Matéria atualizada à 0h11 (10)
Mais de 2 mil pessoas morreram devido a um grande terremoto de magnitude 6,8 que abalou o Marrocos na noite de sexta-feira (8), espalhando o pânico na cidade turística de Marrakesh, perto do epicentro.
O Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) informou que o terremoto ocorreu a uma profundidade de 18,5 quilômetros, com epicentro 71 quilômetros a sudoeste de Marrakesh às 23h11 de sexta-feira, horário local (19h11 no horário de Brasília).
O tremor deixou pelo menos 2 mil mortos e 1.832 feridos, “dos quais 1.220 estão em estado crítico”, informou o Ministério do Interior em comunicado. No balanço anterior, de 1.037 mortos, a maioria das vítimas foi registrada em Al Hauz, província do epicentro do terremoto. As autoridades marroquinas declararam três dias de luto nacional
O vilarejo de Tafeghaghte, localizado cerca de 60 quilômetros a sudoeste de Marrakesh, foi praticamente destruído em sua totalidade, como pôde ser observado por uma equipe da AFP. Poucos prédios ainda estão de pé nesta localidade, que está a apenas 50 quilômetros do epicentro do terremoto. O exército continuava no local em busca de sobreviventes nos escombros.
“Três dos meus netos (com 12, 8 e 4 anos) e sua mãe morreram. Todos estão debaixo dos destroços”, disse Omar Benhanna, de 72 anos, um morador de Tafeghaghte.
No vilarejo de Moulay Brahim, em Al Haouz, as equipes de resgate trabalhavam neste sábado em busca de sobreviventes nos escombros. Perto dali, vizinhos já cavavam fossas em uma colina para enterrar as vítimas. O exército marroquino mobilizou equipes de busca e resgate e um hospital de campanha em Al Haouz, informou a agência estatal de notícias MAP.
Em Marrakesh, marroquinos inspecionavam os danos nas suas casas entre pilhas de escombros, poeira e carros esmagados. O tremor foi sentido na capital Rabat, a centenas de quilômetros de distância, e em cidades costeiras como Casablanca ou Essaouira, e até mesmo no país vizinho, a Argélia, onde as autoridades descartaram danos ou vítimas. O governo da Argélia anunciou a abertura de seu espaço aéreo, que estava fechado para o Marrocos há dois anos.
A Cruz Vermelha Internacional alertou que o Marrocos poderia precisar de “meses, ou até anos” de ajuda para reconstruir as áreas atingidas.
Vídeos
Vídeos gravados em Marrakesh mostram moradores deixando edifícios aterrorizados em meio ao tremor, destroços caindo de casas em vielas estreitas e veículos cobertos de pedras. Uma das imagens mostra o minarete de uma mesquita que desabou na famosa praça Jemaa el Fna, no coração de Marrakesh, causando ferimentos em duas pessoas.
Um correspondente da AFP presenciou centenas de pessoas reunidas nesta praça emblemática para passar a noite, com medo de tremores secundários.
Países, como Espanha, Reino Unido, Itália, Israel e Estados Unidos, ofereceram apoio ao Marrocos para as operações de resgate. (AFP)