Variações climáticas deixam cesta básica sorocabana R$ 22 mais cara
Contudo, o estudo revela que o preço pago em janeiro deste ano é 0,67% menor que no mesmo período do ano passado
As variações climáticas, como o calor e as chuvas intensas, continuam pressionando para cima os preços dos alimentos que compõem a cesta básica sorocabana. Entre dezembro de 2023 e janeiro deste ano, por exemplo, a pesquisa realizada mensalmente pelo Laboratório de Ciências Sociais Aplicadas (LCSA), da Universidade de Sorocaba (Uniso), detectou aumento de 2,17%. Neste período, o valor total dos 34 itens avaliados passou de R$ 1.027,71 para R$ 1.049,98. Ou seja, o consumidor precisou desembolsar R$ 22,27 a mais para adquirir os mesmo produtos. Essa nova elevação de preço manteve a sequência de altas que vem sendo observada desde outubro de 2023.
Contudo, a comparação entre o custo da cesta básica em janeiro de 2024 com o preço pago no mesmo mês do ano passado, o estudo revela uma queda de 0,67%. Em valores absolutos, os sorocabanos gastaram R$ 7,07 a menos no mês passado.
Para o coordenador da pesquisa, o economista Marcos Antonio Canhada, a elevação do custo da cesta básica em janeiro de 2024 seguiu no mesmo sentido do índice da inflação oficial, medido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que apresentou aumento de 0,31%. “Isso significa que os produtos de consumo básico que compõem a cesta básica e os bens e serviços em geral, medidos pelo IPCA-15, ficaram mais caros”, explica.
Variações climáticas
A batata e o feijão foram, respectivamente, os alimentos que mais sofreram aumento de preço no mês passado por conta das variações climáticas. Segundo a pesquisa, entre os itens que apontaram maiores altas, a batata (33,46%) foi o primeiro, passando de R$ 7,77 (kg) em dezembro para R$ 10,37 em janeiro.
Em seguida, o feijão foi o segundo alimento com a maior alta de preço (7,27%), subindo de R$ 7,98 (kg) para R$ 8,56 no mesmo período. Para o coordenador do LCSA, Renato Vaz Garcia, a alta nesses itens se dá pela menor oferta, causada pelas variações climáticas. Essas, por sua vez, são influenciadas pelo El Niño, tanto pelo aumento das temperaturas na região Sudeste, que impactaram negativamente a germinação do feijão, quanto pelas chuvas intensas na região Sul, que reduziram a produção de batata e feijão.
O terceiro item que mais encareceu no mês passado foi a linguiça fresca (6,44%), que passou de R$ 23,93 (kg) em dezembro para R$ 25,47 em janeiro. Em quarto lugar, a salsicha (6,08%), passando de R$ 14,64 (kg) para R$ 15,53, também no mesmo período analisado.
Conforme o levantamento da Uniso, já o aumento do consumo de linguiça fresca e salsicha -- substitutos da carne bovina, que também apresentou elevação de preços nos meses anteriores --, pode explicar a variação positiva de preços em janeiro de 2024.
Dos 34 itens que compõem a cesta básica sorocabana, 21 registraram altas de preço no mês passado.
Mais baratos
Quanto às maiores quedas de preços observadas em janeiro, destaques para: creme dental (-11,59%), passando de R$ 4,14 a unidade para R$ 3,66; sabonete (-11,08%), de R$ 3,52 a unidade para R$ 3,13; cebola (-9,15%), de R$ 7,76 (kg) R$ 7,05; e a muçarela fatiada (-3,06%), de R$ 45,49 (kg) para R$ 44,10.
Em relação aos grupos de bens que compõem a Cesta Básica Sorocabana apresentaram, em janeiro de 2024, as seguintes variações de preço em relação ao mês anterior: alimentação (2,78%), limpeza (3,87%) e higiene pessoal (-5,30%). (Ana Claudia Martins)