Veja em quais locais se deve levar vítimas de animais peçonhentos

Na Região Metropolitana de Sorocaba, apenas seis locais atendem pessoas picadas por escorpião, aranha ou cobra

Por Ana Claudia Martins

Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS)

 

Dos 27 municípios da Região Metropolitana de Sorocaba (RMS), somente seis possuem unidades de saúde com atendimento soroterápico para tratar vítimas de acidentes com animais peçonhentos, como os aracnídeos, por exemplo. No dia 13 de janeiro, um bebê de um ano morreu após ser picado por escorpião, mesmo após ter sido atendido em um destes locais em Sorocaba, cujo Ponto Estratégico de Soro Antiveneno (Pesa) funciona no Pronto Socorro do Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS).

Segundo o Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE), da Secretaria Estadual da Saúde (SES), além de Sorocaba, os pontos estratégicos na RMS estão situados nas seguintes cidades: Itapetininga (Hospital Regional), Itu (Santa Casa), Piedade (Santa Casa), Tatuí (UPA) e São Miguel Arcanjo (hospital).

No caso da morte do bebê em Sorocaba, na ocasião, a própria pasta estadual informou sobre a “importância de a população buscar assistência imediata em casos de acidentes com animais peçonhentos”, mas como na RMS somente seis cidades possuem pontos de atendimento soroterápico, a questão da rapidez -- especialmente, no caso de crianças com até 10 anos de idade -- fica prejudicada para quem mora nas cidades que não possuem tais locais.

Questionada a respeito, a SES informa a existência de 220 Pontos Estratégicos de Soro Antiveneno (Pesas) em todo o Estado de São Paulo, estrategicamente distribuídos para agilizar o atendimento, “especialmente em situações envolvendo crianças com até 10 anos, nos casos do escorpionismo, que precisam de atendimento o mais rápido possível”. Os Pesas atendem vítimas de acidentes com aracnídeos -- aranhas e escorpiões --, serpentes e lagartas.

“Para facilitar a localização e identificação de cada um dos pontos de atendimento soroterápico, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) lançou um mapa interativo on-line com as informações necessárias para buscar ajuda em emergências, sobretudo, no período quente e chuvoso, época em que este tipo de acidente mais acontece. As unidades de referência e a ferramenta estão disponíveis em: https://cievs.saude.sp.gov.br/soro/”, ressalta.

Recorde de ataques

A situação é ainda mais preocupante porque o Estado de São Paulo registrou um recorde histórico de ataques de escorpiões em 2023, com 49.381 casos, segundo dados da própria SES. Conforme a pasta estadual, o número de ocorrências é o mais alto desde 1988, quando foi iniciada a estatística, e 13% maior do que o recorde anterior, em 2022, quando houve 43.817 casos. Em relação aos óbitos, foram sete em 2023 contra 11 em 2022.

Em casos envolvendo crianças, a atenção deve ser total, já que nem sempre elas sabem informar que foram picadas por escorpiões. Os sintomas mais comuns da picada são: sensação intensa de ardência e dor no local, inchaço, vermelhidão e coceira na região atingida. Em casos mais graves, a reação evolui para febre e, em situações extremas, choque anafilático. O contato geralmente acontece quando a pessoa pisa ou toca acidentalmente no animal, gerando uma reação defensiva por parte dele. (Ana Claudia Martins)