Semana Cornélio Pires tem filmes e orquestra caipiras

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Programação da 60ª Semana Cornélio Pires, em Tietê. Crédito da foto: Divulgação / Prefeitura de Tietê

Semana homenageia Cornélio Pires (de paletó, em foto de 1929), primeiro a gravar moda de viola. Crédito da foto: Reprodução/Internet

 

Tietê, na Região Metropolitana de Sorocaba (RMS), proporciona cinco dias de espetáculos caipiras gratuitos. As atrações fazem parte da 60ª Semana Cornélio Pires e incluem desde shows musicais e peças de teatro até exibição de filmes. Afinal, o evento homenageia um dos maiores jornalistas, escritores, folcloristas e ativistas culturais brasileiros.

A programação desenvolvida pela Secretaria Municipal de Cultura teve início no sábado (17) e prossegue até o próximo domingo (25). O coral Vozes Caipiras abriu as comemorações no último fim de semana com um concerto na Escola Plínio Rodrigues. O show apresentado pelo grupo paulista Theatron, com texto de Carlos ABC e direção musical de Vinícius Novaes, retratou a cultura caipira.

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Outra atração do primeiro fim de semana da festa foi a tradicional Cavalgada Cornélio Pires. Assim como em anos anteriores, reuniu centenas de cavaleiros e montarias no domingo (18). O encontro aconteceu no Centro de Exposição e Lazer de Tietê (Fait). A realização foi do Centro de Tradição Tropeira de Tietê.

'Filmes caipiras'

Dois filmes com temáticas relacionadas ao universo caipira estão entre as atrações desta segunda semana da festa em homenagem a Cornélio Pires. Primeiramente, nesta quinta-feira (22), o público poderá conferir, de graça, o longa “A Marvada Carne”. De acordo com a programação, a exibição será na Escola Técnica Dr. Nelson Alves Vianna. A unidade fica na rua Manira Jacob Biscaro, 45, no Jardim Baccili.

"A Marvada Carne", de 1985, dirigido por André Klotzel, é estrelado por Fernanda TorresAdilson Barros e Regina Casé. Ficou famoso. Afinal, ganhou onze prêmios no Festival de Gramado, no mesmo ano em que foi lançado, incluindo Melhor Filme pelo Júri Oficial e pelo Júri Popular.  Poeta, escritor, contador de casos, conferencista e humorista, Cornélio Pires foi o showman da cultura caipira. Crédito da Foto: Reprodução/Internet

 

Cornélio, o grande caipira

Cornélio Pires nasceu no dia 13 de julho de 1884, em Tietê, na região de Sorocaba. Morreu na capital de São Paulo, em 17 de novembro de 1958.

Muito cedo, de 14 para 15 anos de idade, Cornélio deixou a tranquilidade do lar e partiu para ganhar a vida na metrópole paulista. Primeiro, trabalhou como freelancer e aprendiz de tipógrafo. Em seguida, pendeu para as letras, destacando-se como jornalista, poeta, contista e folclorista.

Publicou 23 livros, o primeiro em 1910. Além disso, criou uma companhia de teatro e realizou quatro filmes sobre o cotidiano caipira, que tão bem entendia.

Também em 1910, o tieteense apresentou no Colégio Mackenzie, hoje Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo, um genuíno espetáculo caipira. Reuniu, sobretudo, catireiros, cururueiros, e duplas de cantadores do interior.

Em 1929, pelo selo Columbia, realizou o seu maior grande sonho. Gravou em disco as diversas manifestações culturais e artísticas do povo, a fim de torná-las conhecidas.

Por fim, Cornélio Pires foi o primeiro artista a gravar de forma independente no país. Sobretudo, porque, teve de bancar, ele próprio, a sua famosa série de discos.

Mistura de poeta, escritor, contador de casos, conferencista e humorista, Cornélio Pires foi, ao mesmo tempo, o showman da cultura caipira.