Bolsonaro defende pauta de reformas
Dois dias após demonstrar força política com a eleição de Arthur Lira (Progressistas-AL) para o comando da Câmara e de Rodrigo Pacheco (DEM-RJ) no Senado, o presidente Jair Bolsonaro defendeu uma agenda de reformas econômicas ao participar ontem da cerimônia de abertura do ano legislativo, no Congresso. Ao lado dele, Lira e Pacheco foram na mesma linha, pregaram o fim das divergências políticas e se comprometeram a encaminhar uma pauta emergencial, em sintonia com a agenda do Palácio do Planalto.
Antes de ler a mensagem presidencial ao Congresso, no plenário da Câmara, Bolsonaro foi hostilizado por deputados do PSOL. Chamado de “fascista” e “genocida”, o presidente respondeu: “Nos encontramos em 22”. Era uma referência à eleição presidencial de 2022, quando ele pretende disputar novo mandato. Seus opositores vestiam camisetas com inscrições como “Impeachment Já” e “Fora Genocida”. Aliados do governo, por sua vez, gritavam “Mito”, em alusão ao apelido do presidente.
Pacheco teve de intervir para pedir respeito no plenário, na tentativa de acalmar os ânimos exaltados. “Vamos dar uma oportunidade à pacificação deste país. Uma delas é que, respeitando a manifestação de pensamento, possamos respeitar as instituições”, afirmou o senador, que comandava a sessão.
Foi a primeira vez que Bolsonaro entregou pessoalmente a mensagem ao Congresso, desde 2019. Depois de conseguir emplacar seus aliados na cúpula do Legislativo, o presidente quis fazer um aceno político e indicar ao mercado financeiro que agora terá força para levar adiante sua agenda.
Bolsonaro disse que na lista de prioridades do governo estão as reformas tributária e administrativa, a agenda de privatizações, a modernização do setor elétrico e o plano de vacinação para combater a pandemia de Covid-19. (Estadão Conteúdo)