Governo declara diplomatas venezuelanos de Maduro 'persona non grata' no Brasil

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Fachada do Palácio Itamaraty, no Distrito Federal. Crédito da foto: Ana de Oliveira / AIG-MRE (4/6/2014)

Fachada do Palácio Itamaraty, no Distrito Federal. Crédito da foto: Ana de Oliveira / AIG-MRE (4/6/2014)

O governo Jair Bolsonaro declarou como "persona non grata" diplomatas venezuelanos que representam o governo Nicolás Maduro no Brasil. O Itamaraty afirmou que comunicou nesta sexta-feira (4) ao corpo diplomático, consular e administrativo da Venezuela que eles deixaram de ser bem-vindos no País.

Na prática, os funcionários de Maduro podem permanecer no Brasil, mas perdem o status diplomático ou consular. Deixam de ter também imunidades e privilégios garantidos internacionalmente.

Em nota, o Ministério das Relações Exteriores informou que o status de "persona non grata" não equivale à expulsão ou qualquer outra medida de retirada compulsória dos venezuelanos do território nacional. O Itamaraty argumenta que tem como prerrogativa usar da declaração "para indicar que um representante oficial estrangeiro não é mais bem-vindo como tal em seu território". A pasta diz que, com isso, a Venezuela tem a prerrogativa de retirá-los do Brasil.

Decisão do governo

A decisão do governo ocorre depois de o governo Maduro cobrar publicamente uma resposta a pedidos de trégua e cooperação em ações humanitárias e de saúde por causa da pandemia do novo coronavírus. Recentemente, o cônsul venezuelano em Boa Vista (RR) foi infectado e morreu em complicações decorrentes da Covid-19, depois de transferido ao país vizinho.

A declaração é mais um sinal de hostilidade de Bolsonaro ao regime chavista. O governo considera Maduro "ilegítimo" e reconhece o presidente da Assembleia Nacional, o opositor Juan Guaidó, como presidente encarregado da Venezuela.

O Brasil já havia decidido fechar a embaixada em Caracas, além das repartições consulares na Venezuela. Brasileiros passaram a ser orientados a procurar apoio na Colômbia. Os diplomatas e funcionários brasileiros foram removidos de volta - e os contratados localmente, dispensados.

Há meses a embaixadora enviada por Guaidó a Brasília, Maria Teresa Belandria, cobrava do governo Bolsonaro uma ação mais incisiva contra os diplomatas enviados por Maduro. Parte deles estava com credenciais vencidas, mas o grupo controla a sede da embaixada na capital federal e consulados.

Belandria despacha de um quarto de hotel. Ela se reuniu nesta sexta com embaixadores dos países do Grupo de Lima, criado em oposição ao regime bolivariano. (Estadão Conteúdo)