Câmara de Sorocaba derruba três vetos do prefeito

Por Marcel Scinocca

Vereadores usaram o tempo da sessão para discussão dos três vetos do prefeito. Foto: Emídio Marques

Vereadores usaram o tempo da sessão para discussão dos três vetos do prefeito. Foto: Emídio Marques

A discussão sobre três vetos do Executivo, com direito a pedido de “cala a boca” durante os trabalhos, travou a apreciação e discussão de projetos importantes na Câmara de Sorocaba na sessão de ontem. Nem o pedido de prorrogação de mais 20 minutos ajudou.

Os vereadores destinaram quase duas horas para discutir os vetos do prefeito José Crespo (DEM). Aliás, o vereador Anselmo Neto (PSDB) advertiu que os legisladores estavam usando o tempo da sessão para discutir novamente o projeto e não o mérito, no caso o veto. O três da pauta foram derrubados.

Entre os projetos importantes que tiveram a apreciação adiada para a próxima sessão, estavam dois de autoria do Executivo. Um deles trata de alterações na forma da cobrança para o recolhimento de resíduos na cidade. O outro diz respeito à tomada em dois bancos de US$ 56 milhões em empréstimos para manutenção de obras viárias da cidade. Havia a expectativa da retirada do projeto para adequações. Nem precisou. A iniciativa estava com parecer contrário da Comissão de Economia, Finanças e Parcerias. O secretário de Relações Institucionais e Metropolitanas de Sorocaba, Flávio Chaves, esteve na sessão para defender a aprovação do projeto.

Outros 21 projetos ficaram para as próximas sessões.

Os vetos derrubados

O veto ao projeto de lei do vereador Wanderley Diogo (PRP), que diz respeito ao desconto de IPTU para proprietários de imóveis que ficam às margens da rodovia Raposo Tavares, foi o primeiro a ser apreciado. Acabou derrubado por 18 votos dos 20 vereadores. Hélio Brasileiro (MDB) votou contra a derrubada. Irineu de Toledo (PRB) não votou.

O segundo veto tem relação com projeto de lei do vereador Vitão do Cachorrão (MDB). Ele determina que o chamamento para os contemplados em programas habitacionais de Sorocaba seja feito via Correios. Atualmente, o chamamento é feito pela imprensa oficial. Hélio Brasileiro votou contra a derrubada do veto. João Donizete (PSDB) não participou da votação.

O último veto analisado diz respeito à obrigatoriedade das unidades municipais de educação de oferecer merenda para professores e funcionários. O projeto de lei também é de autoria de Vitão. Na apreciação desse veto, as discussões foram mais acirradas. Houve intenso debate, em especial com o líder do governo, Irineu de Toledo. Renan Santos (PCdoB), Fausto Peres (Podemos) e o autor, Vitão, atacaram Irineu, incluindo o momento em que ele fez afirmações sobre o salário dos professores, que, segundo ele, chegaria a R$ 30 mil. “Dupla jornada porque querem ter, porque não se sustentam com o que ganham”, disse. “Se trabalha em quatro empregos, mais um motivo para não comer a comida”, acrescentou mais tarde. Iara Bernardi (PT) chegou a sugerir que o vereador calasse a boca. “Vereador Irineu, o senhor já falou besteira de maneira suficiente, já ofendeu os servidores de maneira suficiente. É melhor o senhor calar a boca”, disse. Tempos depois, a parlamentar retirou a fala.

O veto também foi derrubado, por 18 dos vereadores presentes. Hélio Brasileiro e Irineu de Toledo votaram para que o veto fosse acatado.