Oxford-Astrazeneca começa a ser distribuída
Depois de passar toda a madrugada preparando as doses das vacinas Oxford-Astrazeneca contra a Covid-19 que chegaram na noite de sexta-feira (22) ao Rio de Janeiro, a equipe da Fiocruz começou a liberar os caminhões, com escolta, que vão levar os dois milhões de doses recebidos da Índia para os Estados brasileiros. Não foi divulgado o destino do primeiro caminhão e nem o volume carregado.
As vacinas compradas pelo governo brasileiro do Instituto Serum, da Índia, passaram por um processo de análise para checagem de segurança e etiquetadas em português. Elas foram desenvolvidas pela Universidade de Oxford em parceria com a farmacêutica britânica Astrazeneca e precisam ser conservadas sob temperatura entre 2ºC e 8ºC.
Coronavac
O Instituto Butantan confirmou na sexta-feira (22) que a estimativa de ter 4,8 milhões de doses da Coronavac no segundo lote estava incorreta. Após o processo de envase e conferência da matéria-prima no complexo fabril, a instituição constatou uma redução de 700 mil unidades, chegando a um total de 4,1 milhões de novas vacinas contra Covid-19 disponíveis.
Segundo o Butantan, 900 mil dessas doses foram destinadas ao Programa Nacional de Imunizações na sexta-feira, após liberação do segundo lote pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “As demais doses serão enviadas tão logo passem por inspeção de controle de qualidade”, justificou o instituto.
Das 8,7 milhões de unidades previstas até 31 de janeiro, 6,9 milhões foram entregues. “É importante destacar que o Butantan está em dia com o cronograma firmado em contrato com o Ministério da Saúde”, destacou.
O Butantan deve entregar 46 milhões de unidades da Coronavac até abril, mas ainda aguarda a chegada do insumo farmacêutico ativo (IFA) da farmacêutica chinesa Sinovac. Há ainda a opção do governo federal adquirir mais 56 milhões de unidades.
A vacina que chegou pronta da China foi entregue em frasco-ampola com uma dose do imunizante. Já a envasada no País tem capacidade para 10 aplicações e precisa ser usada em no máximo 8 horas. O Butantan aguarda a chegada de insumos da China para a produção de novas doses.
No último domingo (17), a agência já havia aprovado o uso emergencial de 6 milhões de doses da Coronavac, o que permitiu o início da campanha de vacinação em São Paulo no mesmo dia e, nas datas seguintes, nos demais Estados.
A agência também aprovou o uso emergencial da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford com a
Astrazeneca. Ao todo, 2 milhões de doses do produto desembarcou no Brasil na sexta-feira e será distribuído para o Estados entre ontem (23) e hoje (24). (Denise Luna e Priscila Mengue/Estadão Conteúdo)
‘Brasil deve vacinar 8 milhões rapidamente’
O ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, afirmou na sexta-feira (22) que “rapidamente” o Brasil deve conseguir imunizar oito milhões de pessoas contra o coronavírus e, então, passará a ser o segundo país do Ocidente com mais pessoas vacinadas no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.
“Esse processo começou em junho. Esses dois milhões de doses são apenas o início. Estamos negociando receber mais doses agora, no começo de fevereiro, e o IFA ingrediente farmacêutico ativo, para a produção nacional de 15 milhões de doses por mês. A encomenda tecnológica prevê 100 milhões de doses para o primeiro semestre”, afirmou.
Além das vacinas Coronavac, da China, e da farmacêutica britânica Astrazeneca em parceria com a Universidade de Oxford, o Brasil deve contar com a vacina russa Sputnik, desenvolvida na China e produzida no Brasil por um laboratório particular, para combater o coronavírus. “Está sendo negociada para isso”, afirmou o ministro. O uso da Sputinik no Brasil ainda não foi autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Nacionalização
A presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Nísia Trindade Lima, afirmou que a vacina contra a Covid-19 que está sendo produzida na instituição “em breve poderá ser totalmente nacionalizada”, ou seja, não dependerá mais da aprovação de países fornecedores para serem fornecidas à população brasileira.
“É uma esperança que vem da ciência, do esforço da tecnologia e da inovação do País. Sem o Sistema Único de Saúde (SUS) e o Programa Nacional de Imunizações (PIN) nada seria possível. É no conhecimento científico que se encontra o caminho de continuidade e sustentação da vacinação”, afirmou Nísia Trindade. Ela acrescentou ainda que crises como a atual devem ser vistas como um caminho de aprendizado e de fortalecimento das instituições e da democracia. (Estadão Conteúdo)