PF mira 50 e faz 139 buscas em 12 Estados e no DF por tráfico e lavagem

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Crédito da foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

Ofensiva da PF mira quatro organizações criminosas que atuavam no país. Crédito da Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

 

A Polícia Federal em Pernambuco deflagrou na manhã desta terça (18) a Operação Além-Mar para investigar um esquema de tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro. A ofensiva mira quatro organizações criminosas que atuavam de maneira conectada. Segundo a PF, eles foram responsáveis pelo envio de toneladas de cocaína para a Europa via portos brasileiros, especialmente o de Natal.

Cerca de 630 agentes cumprem 139 mandados de busca e apreensão expedidos pela 4ª Vara Federal de Pernambuco. Também são cumpridos 50 mandados de prisão, sendo 20 preventivas e 30 temporárias.

As atividades são realizadas em Alagoas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Norte, Santa Catarina e São Paulo.

A Justiça Federal determinou ainda o sequestro de sete aviões, cinco helicópteros, 42 caminhões e 35 imóveis urbanos e rurais ligados aos investigados, além do bloqueio de R$ 100 milhões de pessoas envolvidas com o esquema criminoso.

Tráfico internacional

Segundo a PF, prisões em flagrante e apreensões de drogas ao longo das investigações caracterizaram um modus operandi dividido em três fases. A primeira é a internação da cocaína pela fronteira com o Paraguai e armazenamento no interior de São Paulo. Em seguida o transporte interno da droga para as regiões de embarque marítimo e armazenamento em galpões. A última fase compreende o transporte internacional mediante embarque da droga em navios de carga ou veleiros.

A primeira organização criminosa investigada foi estabelecida em São Paulo. O grupo 'importa' a cocaína pela fronteira com o Paraguai, transportando a droga por via aérea até o Estado de São Paulo. Depois é feita a distribuição no atacado para organizações criminosas no Brasil e na Europa.

A segunda, sediada em Campinas, é parceira do grupo paulistano e recebe a cocaína internalizada no território nacional. Além da distribuição interna, também exporta para Cabo Verde e Europa.

A terceira, estabelecida em Recife, é integrada por empresários do setor de transporte de cargas, funcionários e motoristas de caminhão cooptados. A estrutura provê a logística de transporte rodoviário da droga e o armazenamento de carga até o momento de sua ocultação em contêineres.

A quarta organização criminosa, também é sediada em São Paulo, na região do Brás, e atua como banco paralelo. Ela disponibiliza sua rede de contas bancárias - titularizadas por empresas fantasma, de fachada ou em nome de 'laranjas' - para movimentação de recursos de terceiros, de origem ilícita.

Investigação

A Polícia Federal informou que durante a fase sigilosa das investigações foram presas 12 pessoas e apreendidas mais de 11 toneladas de cocaína, no Brasil e na Europa, relacionados ao esquema criminoso.

Segundo a corporação, dentre esses presos estava um traficante que ficou foragido da justiça brasileira por 10 anos e era procurado pela Polícia Federal e pela National Crime Agency (NCA) do Reino Unido. Ele foi preso em Jundiaí em março de 2019. (Estadão Conteúdo)