SP prevê lotação de UTIs em maio e PM já fecha comércios
O governo de São Paulo estima que as unidades de terapia intensiva (UTIs) do Estado para pacientes de Covid-19 estarão lotadas até maio com o avanço da pandemia. Já os leitos emergenciais, instalados para evitar o colapso do sistema, devem ficar cheios até julho, diz a gestão João Doria (PSDB). Diante da pressão crescente nos hospitais, a Polícia Militar, em parceria com a Vigilância Sanitária, começou a atuar no fechamento de estabelecimentos comerciais que desrespeitem a quarentena. Os agentes também estão orientados a circular pelos bairros pedindo à população para ficar em casa.
Cerca de 50% de todos os leitos de UTI do Estado já são ocupados por pacientes de Covid.
O Estado tem 3,5 mil leitos de UTI na rede pública, somando vagas em unidades estaduais, municipais e filantrópicas. Até a quarta-feira, havia 2.508 internados com sintomas de Covid -- 1.132 com diagnóstico confirmado. Até junho, o sistema deve receber 1.524 novos leitos especializados. A rede fez adaptações para atender à demanda, como o Hospital das Clínicas (HC), que liberou 900 leitos - 200 de UTI - para pacientes de covid.
PM nas ruas
Doria disse que o Estado só deve divulgar eventual aumento nas restrições à circulação de pessoas a partir do dia 22, quando vence a quarentena. Mas as ações para conter o funcionamento irregular do comércio e aglomerações já ganham força.
Anteontem, no primeiro dia de operação da PM com a Vigilância, foram visitados 14 estabelecimentos denunciados em Santana, zona norte, por desrespeitarem a quarentena. Quatro estavam abertos e foram fechados. Na Lapa, zona oeste, 15 locais denunciados foram vistoriados - três fechados.
Ontem, houve ação no Largo 13, em Santo Amaro, zona sul, e no Tatuapé. Lojas de chocolate e de lingerie estavam entre os alvos. Inicialmente a ação dos policiais será no sentido de orientar. Esse tipo de ação deve se expandir para outras regiões. (Bruno Ribeiro, Gonçalo Júnior e João Prata - Estadão Conteúdo)