SP tem queda de internações, mas UTIs continuam lotadas

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Projeto de lei isenta de penalidade as infrações cometidas por veículos de socorro, de polícia e de bombeiros, de fiscalização e operação de trânsito. Crédito da foto: Antonio Molina/ Estadão Conteúdo

Movimento de ambulâncias na UPA de São Miguel Paulista, na zona leste da cidade de São Paulo. Crédito da foto: Antonio Molina / Estadão Conteúdo

A fase emergencial completou duas semanas na última segunda-feira (29) em São Paulo, com taxas ainda elevadas de óbitos, casos e ocupação de leitos. A média móvel de novas internações diárias por Covid-19 caiu pela primeira vez desde 16 de fevereiro neste fim de semana -- redução de 1,5% na comparação entre a última sexta-feira (3.999 novas hospitalizações) e esta segunda (3.346). Mas ainda é mais que o dobro do registrado na primeira quinzena do mês passado e quatro vezes maior do que no início de novembro.

Diante dos números ainda altos, registros de aglomerações, o índice de isolamento mediano e o tempo estimado entre o contágio e o início dos sintomas, especialistas consideram que o período de duas semanas ainda é curto para avaliar os resultados da fase emergencial. Eles também defendem que a adoção de novas restrições deve ser discutida caso não diminuam os índices da Covid nos próximos dias.

O Estado está com 92,3% de ocupação em UTI, (92,7% na Grande São Paulo), segundo balanço da Secretaria da Saúde. Em enfermaria, a média é de 81,8% e 86,9%, respectivamente. Há fila por leitos, especialmente de UTI, e pacientes aguardando até mais de uma semana por transferência, inclusive com óbitos nessa espera. Só em Ribeirão Pires foram 33 pessoas.

Além disso, há escassez de oxigênio e medicamentos para intubação. Ao menos duas UTIs de São Paulo estão utilizando menos leitos que a capacidade apenas pela falta do “kit intubação”. Em Lençóis Paulista, dois pacientes, de 41 e 46 anos, morreram dois dias após a Prefeitura alertar o Estado sobre a falta de medicamentos.

Pouco impacto

Cabe acrescentar, neste balanço, que as medidas de restrição em quase nada melhoraram o índice de isolamento, de acordo com a Fundação Seade. Esse índice era de 42% em 8 de março, passou a 43% nas duas segundas-feiras seguintes. No último sábado, a taxa foi de 46% de isolamento (47% do sábado anterior).

A consequência disso é visível nas médias móveis (calculadas com base nos últimos sete dias). As de domingo bateram os recordes de toda a pandemia em óbitos (668) e casos (16.317). Em novas internações, a alta foi ininterrupta de 16 fevereiro (1.445 hospitalizações), até sexta-feira (3.399), ainda segundo a Seade. Nos últimos três dias, houve leve queda, para 3.346, mas essa taxa ainda é quatro vezes maior que a do início de novembro.

Presidente da Sociedade Paulista de Infectologia, Carlos Magno Fortaleza cita como exemplo Araraquara, que teve resultados expressivos após um mês de lockdown. “Os dados de São Paulo continuam subindo”, diz ele, lamentando a dificuldade de conscientizar a população. (Estadão Conteúdo)