Sorria, é de graça e faz bem

Na Odontologia existe uma área para cuidar disso: a estética dental. O objetivo é, por meio de procedimentos e tratamentos, alcançar o sorriso perfeito

Por Denise Rocha

Você conhece alguém que coloca as mãos na frente da boca na hora de sorrir? Provavelmente essa pessoa não está à vontade para mostrar os dentes. Em casos assim, até mesmo em momentos alegres a pessoa costuma sair nas fotos com a cara ‘fechada’.

O uso de próteses dentárias, a cor amarelada dos dentes ou até mesmo imperfeições podem ser as causas para a insegurança na hora de sorrir. Contudo, um sorriso aberto, segundo os especialistas da área comportamental, melhora o próprio humor e torna a pessoa mais amigável para os outros, aumentando a receptividade e a interação social. 

A questão também envolve outros aspectos, afinal quem não quer ficar ‘bem na foto’, por isso existe um impacto direto na autoestima. Mas será que existe mesmo um sorriso perfeito e para isso é necessário corrigir algumas imperfeições ou trata-se apenas de um padrão estético imposto pela moda?

Essa é uma pergunta importante para reavaliar o que realmente impede a pessoa de sorrir. Na Odontologia existe uma especialidade para cuidar disso: a estética dental. O objetivo é, por meio de procedimentos e tratamentos, alcançar o sorriso perfeito. E não são só os dentes, trata-se de um conjunto composto pela estrutura bucal e facial.

A dentista Cristina Freitas tem mais de 30 anos de experiência no consultório, atuando nas áreas da dentística restauradora e harmonização orofacial. Aliás a própria profissional é um bom exemplo de um belo sorriso. Mas ela não é favorável a intervenções desnecessárias. “O perfil das pessoas que nos procuram são pessoas que têm vergonha de se expor e se privam de uma gargalhada, elas sorriem com a boca mais fechada porque têm vergonha de expor o sorriso”, atesta Cristina, que complementa: “cabe ao profissional saber direcionar o paciente porque às vezes ele quer fazer uma coisa que não faz parte de uma indicação”.

Nesse caso, segundo Cristina, o ideal é recorrer aos exames clínicos, uma anamnese, investigando juntamente com o paciente, para descobrir se ele realmente precisa de intervenções e quais são necessárias para alcançar um sorriso estético. “Hoje tem a moda de um sorriso branco, visto em artistas e jogadores futebol, muitos querem ter esses dentes, mas muitas vezes a saúde bucal e um sorriso estético já são o suficiente”, explica.

Mas o que é um sorriso estético?

Pode-se dizer que o sorriso estético é aquele que harmoniza com cada rosto. Não será artificial, desvalorizando os traços do paciente. “Eu já vi vários casos de pacientes com sorriso de porcelana, com facetas ou lentes de contato, que às vezes são claros demais. Eles chamam a atenção por ser uma coisa que é artificial. Já o sorriso saudável é aquele que transparece um brilho, um dente claro, igual o que temos fisiologicamente”. A profissional ainda orienta que é preciso identificar a real necessidade. Nesse caso, uma distorção na própria imagem, como excesso de vaidade pode atrapalhar. Mas o autocuidado, esse sim, é fundamental já que um belo sorriso ‘abre portas’.

Também é importante respeitar uma faixa etária mínima para se iniciarem os procedimentos. Nesse caso, apenas após os 18 anos, após o desenvolvimento da estrutura facial.

Para quem deseja, existe uma série de procedimentos, como clareamento dental, o uso de lentes de contato nos dentes ou a faceta de porcelana. Cabe ao profissional auxiliar o paciente em busca da melhor opção.

Cristina ainda explica que quando a faceta de porcelana surgiu era muito usada por artistas de cinema e pessoas famosas. O objetivo era mascarar as imperfeições do dente, como formato, cor inadequada, até mesmo uma fratura ou posição do dente. Considerado um procedimento mais conservador, a lente de contato, tem a finalidade de esconder as imperfeições do dente. A escolha do procedimento depende se vai ter preparo ou não. Segundo ela,se vai ser mais espesso opta-se pela faceta; se for menos preparo, o dente for mais fino, se escolhe a lente de contato.

“Todos querem um dente bonito. Já vi paciente no meu consultório que queria colocar facetas ou lente de contato e eu direcionei primeiro para um clareamento. Antes era preciso ver se precisava do desgaste ou não, pois dependendo do caso, não tem função nenhuma”, salienta a especialista que ainda diz que com o aprimoramento da própria Odontologia, hoje, existem procedimentos com menos ou nenhum desgaste. Às vezes, será colocado apenas uma ‘capa’ nos dentes.

Para o paciente, é possível fazer um planejamento até mesmo visualizando como ficará o resultado. “Muitos pacientes vão embora realizados e costumam dizer que deveriam ter feito o procedimento antes”, comenta.

Bom senso

Mas um alerta é importante. Escolher padrões inatingíveis, seguir a moda do momento ou mesmo não respeitar as próprias características são escolhas ruins. Afinal, o procedimento é uma decisão para a vida toda. “Eu sou mais conservadora, busco a saúde bucal. Os preparos das lentes e facetas são a nível gengival e, quando não respeitam esse padrão, o paciente leva para o resto da vida problemas na gengiva, como uma inflamação crônica e sangramentos”, orienta.

Muitas vez até na decisão de fazer um clareamento é preciso de uma orientação clara, pode ocorrer uma sensibilização momentânea, dependendo do limiar da dor de cada um. Além disso, o paciente precisa saber que os próprios hábitos de vida interferem no resultado e na duração: se a pessoa toma café, vinho tinto, fuma, entre outras coisas. Normalmente o procedimento costuma ter resultado por um período que vai de um ano e meio a dois anos.

Por fim, Cristina, faz uma recomendação fundamental. Cada um é que sabe o que realmente incomoda e atrapalha. “Tem que saber o que machuca no fundo, a ‘pedra no sapato’ que te priva e te faz sofrer sem sorrir. Hoje tem muitas opções, você consegue um profissional para te orientar e com isso voltar a ter liberdade de sorrir”, finaliza. (Denise Rocha)