Debates neste primeiro turno estão condenados ao fracasso
Flávio Ricco, com colaboração de José Carlos Nery
Depois da Band, domingo passado, existem outros vários debates programados para a televisão nesses próximos tempos.
Vale lembrar que, no caso de todas e como é imprescindível acontecer, o mediador escolhido tem que ser alguém aparentemente imparcial. Ou que, em nenhuma ocasião, tenha exposto publicamente a sua posição política.
Muito menos ainda, histórico de militância. Aí, realmente, sempre vai ficar bem esquisito. E, vamos combinar que, do jeito que as coisas estão, está até bem complicado encontrar.
No entanto, nunca a realização de debates, especialmente no primeiro turno das eleições se tornou tão desinteressante ou foi tão questionada como agora, após as suas últimas realizações, entre eleições passadas e as de agora.
Ninguém quer queimar o filme na largada.
O modelo está desgastado e permite que todos se conduzam de acordo com estratégias pré-estabelecidas, fugindo do corpo-a-corpo. O enfrentamento é visivelmente evitado, muito com o uso de respostas que, na grande maioria das vezes, nada têm a ver com as perguntas. A famosa malufada.
O melhor mesmo é deixar para o segundo, na hora do vale-tudo e neste primeiro se limitar às entrevistas ou sabatinas, que podem ser muito mais proveitosas para todos.
Tá complicado
Na parte que toca o debate presidencial, ninguém até agora tem a confirmação dos dois candidatos que aparecem melhor nas pesquisas. E nem mesmo de um deles, isoladamente. Até que ponto o público terá interesse em assistir aos outros?
Vai primeiro...
Em todo esse panorama, a Band que sempre faz questão de ser a primeira a realizar o debate, estará prestando um enorme serviço para as demais. Havendo o fracasso de Lula e Bolsonaro ou até se um dos dois não aparecer, vai dar tempo para SBT e Rede TV! cancelarem os seus.
Olha a que ponto
A Nike, empresa que há trocentos anos é a marca oficial da CBF, proibiu que nomes de candidatos sejam colocados nas camisas da seleção brasileira. No caso, Lula e Bolsonaro, como já vinha começando a acontecer.
Cinema
Em “A Viagem de Pedro”, o primeiro longa-metragem histórico da cineasta Laís Bodanzky, Cauã Reymond interpreta Dom Pedro I. O filme aborda a vida privada do ex-imperador, quando foge para Portugal em 1831, escapando de ser apedrejado por brasileiros. Lançamento no dia 1º de setembro.
Pra se pensar
A Globo só faltou soltar rojão para comemorar a vitória do em cima do SBT, terça-feira, em cima de Flamengo e Corinthians. No Rio e em São Paulo, o encontro dos times de maior torcida no Brasil ficou na casa dos 25 pontos. Numa dessas, pode até ter murchado, no decorrer dos tempos, o interesse pelo futebol.
Olha a história
Em 1995, Copa do Brasil, no mesmo SBT, o jogo Corinthians e Grêmio deu 54 pontos de média. Nos dias atuais fica até difícil imaginar o que isso significa. Aliás, no final do jogo, ao ser avisado pelo então coordenador Murilo Fraga o tamanho da audiência, Geraldo José de Almeida, na época já aposentado, mas que foi um grande narrador esportivo, desceu até a cabine para cumprimentar seu filho, Luís Alfredo, que narrou a partida.
Fila da Globo
A Globo tem estabelecido que, depois de “Pantanal”, na faixa das 21h, será a vez de “Travessia”, da Glória Perez. E que depois dela virá um outro trabalho de Walcyr Carrasco, “Terra Vermelha”. Sinopse aprovada e tudo bonitinho.
Confusão
O que chama atenção é que ainda não há uma definição de quem entrará depois do Walcyr. Existe, inclusive, um enorme esforço em se definir isso o mais rápido possível.
O que se sabe
A novela apresentada por Vivian de Oliveira, ex-Record, foi bem avaliada pela dramaturgia da Globo. Mas a história dela é de época, portanto, não se encaixa às 21h. E, por se tratar de um melodrama, possui certo clima de faroeste, com vários assassinatos. Para as 18h e 19h também será complicado. No Globoplay, a prioridade é para os nomes da casa.