Remédio para emagrecer causa corrimento anal e funciona menos do que dieta, aponta estudo
A obesidade é um dos maiores males da humanidade atualmente, sendo considerada uma epidemia. Segundo estudos, cerca de 23% dos adultos do mundo já estão acima do peso, e a estimativa é que esse número atinja 38% da população até 2030, com outros 20% das pessoas sendo obesas.
Embora o conselho clássico ainda seja "coma menos e se exercite mais", muitas pessoas têm apelado para os remédios para emagrecer — e isso se reflete nos números da indústria farmacêutica.
Segundo a consultoria GlobalData, a indústria farmacêutica só no Brasil deve atingir os 48 bilhões de dólares até 2020 - um crescimento médio de 8,5% ao ano, motivado inclusive pela alta incidência de doenças crônicas como diabetes, hipertensão e obesidade. Sendo que todos esses são sintomas associados à síndrome metabólica.
Um dos remédios mais promissores neste sentido é o Xenical ou Orlistat. Este medicamento atua inibindo a absorção da gordura alimentar no intestino, e fazendo com que ela saia inalterada nas fezes do paciente. Segundo estudos, o remédio pode ter eficiência no emagrecimento, quando utilizado em conjunto com dieta e exercícios.
No entanto, nem tudo são flores. Estudos e relatos apontam que o uso do orlistat causa "vazamento de fezes", causando manchas em roupas íntimas e constrangimento aos pacientes. Além de gases, dores abdominal, e fezes com consistência de óleo — e má absorção de diversas vitaminas. Ademais, existem relatos de danos aos rins e ao fígado.
Será que este é o preço a se pagar para emagrecer? Felizmente, parece existir outra solução.
Dieta cetogênica: melhor que remédio?
Existe um estudo muito pouco falado de 2010 que comparou de fato o remédio Orlistat com uma dieta cetogênica para emagrecer. Dois grupos foram comparados neste estudos.
Para um deles, a recomendação era seguir uma dieta bem low-carb (cetogênica), com menos de 20g de carboidratos por dia. Para o outro grupo, a recomendação foi de ingerir orlistat 3x ao dia, e consumir uma dieta de baixa gordura (menos de 30% das calorias), com um déficit calórico diário de 500 a 1000 kcal por dia.
Ou seja: uma das intervenções controlou apenas a ingestão de carboidratos, e a outra controlou a quantidade de gordura, a quantidade de energia total ingerida, e ainda administrou um remédio com custo financeiro e efeitos colaterais.
Resultados
O estudo durou 48 semanas, e mostrou uma perda de peso similar em ambos os grupos. (Os pacientes perderam cerca de 9% de seu peso corporal.) No entanto, apenas o grupo com a dieta cetogênica foi capaz de mostrar melhora na pressão sanguínea de seus participantes.
Segundo os autores, é importante notar o seguinte: "Se uma dieta low-carb é pelo menos comparável com os efeitos de um medicamento para perda de peso, então ela pode ser uma alternativa atraente para médicos — uma vez que é mais simples e menos cara do que uma terapia que usa dieta mais medicação em conjunto."
Polêmica
A dieta cetogênica nada mais é do que uma dieta low-carb ainda mais restrita. Ela conta com a redução do consumo de carboidratos (especialmente refinados) como estratégia para emagrecer e melhorar marcadores de saúde.
Sua aceitação atualmente divide especialistas, com alguns a apontando como solução para a "epidemia de obesidade e diabetes" e outros a relegando a "mais uma dieta da moda".
Referências
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