Médico sorocabano lança o romance 'Medo do escuro'
A história de um homem desmemoriado que, depois de sofrer um naufrágio, perambula sem nome e sem passado por um território desconhecido, é narrada no romance “Medo do escuro”, do médico neurologista sorocabano Maurício de Oliveira. O lançamento da obra, com sessão de autógrafos com autor, acontece neste sábado (16), às 17h, no Complexo Mofo (rua Eugênio Rabello, 74, Jardim Embaixador). O exemplar custa R$ 35 e também está à venda na livraria Asabeça e, a partir das próximas semanas, estará nas grandes livrarias virtuais.
Romance de estreia de Oliveira, o livro de 130 páginas, publicado pela editora Scortecci, traz uma narrativa onde memória confunde o vivido com o desejo ou o sonho. Nesse lugar onde tudo é incerto, Timeo, como o homem é rebatizado, tentará descobrir onde está, como chegou ali e, fundamentalmente, quem é. O autor explora os passos de Timeo em um ritmo afinado com a literatura contemporânea e que emula os mecanismos da mente, apresentando personagens e situações que remetem à literatura clássica grega, território a partir do qual surgiram as interpretações arquetípicas da alma.
[irp posts="75889" ]
O autor conta que sempre teve uma boa relação com a leitura e a escrita e passou a escrever poesias e contos assiduamente no jornal do Centro Acadêmico da faculdade de Medicina, em Ribeirão Preto, cidade onde também morou por dez anos e também se especializou em neurologia. Desde essa época, comenta, tinha a ideia de escrever algo mais denso, com certa complexidade. “Creio que ao longo de muitos anos fui alimentando meio que inconscientemente essa ideia, um tanto disforme no início, tomando corpo aos poucos dentro da minha própria consciência, até que entre 2015 e 2016 tornou-se necessária a escrita desse livro”, afirma.
Para transformar essas ideias numa história com enredo e personagens convincentes, ele diz que buscou referências na literatura clássica e na cultura popular brasileira. Dentro desse contexto, o autor ainda desenvolveu pesquisas paralelas sobre botânica, clima, paisagem e até navegação e rotinas náuticas. Os temas centrais do texto, elenca, são a culpa o abandono, a busca pela redenção e os subterfúgios que a mente usa para fugir do embate contra uma realidade da qual tenta escapar ou esconder. “Mas talvez a culpa seja o grande tema do livro”, revela.