No Sesc, Marcelo Jeneci retrata suas memórias em ‘Guaia’
O cantor e compositor Marcelo Jeneci sobe ao palco do ginásio do Sesc Sorocaba nesta sexta-feira (13), às 20h, para apresentar seu novo show, baseado no álbum “Guaia”.
[irp posts="134632" ]
Além de músicas do novo disco, o quarto da carreira lançado no final de julho, o show reunirá alguns dos principais sucessos da carreira como “Felicidade” e “Pra sonhar”. Os ingressos, disponíveis até o fechamento desta edição, custam R$ 30 (inteira) e podem ser adquiridos na Central de Atendimento da unidade (rua Barão de Piratininga, 555, Jardim Faculdade). A classificação etária é 12 anos.
Após um intervalo de quase seis anos desde seu último álbum “De graça” (2013), Marcelo Jeneci acaba de lançar “Guaia”, que traz composições que remetem ao bairro de Guaianases, na zona leste São Paulo, onde o artista nasceu e cresceu.
“Senti que era hora de contar a minha história. Todo mundo tem história para contar, basta olhar com crédito. Essa minha mimetização com Guaianases, que é meu bioma, é uma forma de preservar minhas memórias para despertar o outro. O papel do artista é despertar o outro”, afirmou, em entrevista concedida por telefone ao Mais Cruzeiro.
O novo trabalho reúne canções que misturam sonoridade nordestina -- a família de Jeneci veio de Pernambuco para São Paulo --, com batidas eletrônicas e sintetizadores. “Quis fazer um disco com som contemporâneo. Sou da periferia de São Paulo e fui atrás de uma pegada sonora de soundsystem de rua, que era uma coisa que tinha muito por lá. É como se eu pudesse voltar lá e reencontrar esses sons pelas ruas ”, comenta.
Ao mesmo tempo em que fala sobre as origens, o novo trabalho reflete sobre transformações e conta com composições escritas em parceria com Arnaldo Antunes (“Aí sim” e “Palavra amor”), Chico César (“Oxente”), Luiz Tatit (“O seu amor sou eu”) e José Miguel Wisnik (“Emergencial”), entre outras.
Por se tratar justamente de um universo tão particular, com suas memórias vividas na periferia paulistana, Marcelo Jeneci detalha que as canções em parceria foram feitas a partir da propositura dos assuntos, em forma de refrões, divididos com parceiros. “Quando vou compartilhar [uma composição com um parceiro] já vou propondo os assuntos. É como um jogo de pergunta e resposta”, diz.
Com produção do próprio Jeneci em parceria com Pedro Bernardes e Lux Ferreira, o disco foi gravado ao longo de um ano, resultado de uma imersão marcada pela artesania, em lentas sessões em estúdios caseiros, nas casas de Jeneci e Ferreira, e mixado em Los Angeles pelo engenheiro de som brasileiro Mario Caldato (Beastie Boys, Jack Johnson e Marcelo D2).
No disco, Jeneci tocou praticamente todos os instrumentos, mas no show estará acompanhado por uma banda formada por Rafael Carneiro (bateria e sampler), Juba (percussão), Zé Ruivo (teclados) e baixo (José Nigro). Nas palavras de Jeneci, disco é disco e show é show. “O disco tem que ter uma limitação em relação à histeria. O show é da ordem do transe, não da ordem da pintura”, finaliza. (Felipe Shikama)