49ª edição do Festival de Gramado é on-line e segue até sábado
Com “A Suspeita”, filme produzido e interpretado por Glória Pires, teve início, na última quinta-feira, o Festival de Gramado. Novamente on-line, em razão da pandemia, o tradicional festival da serra gaúcha dispensa a badalação, o tapete vermelho, o agito da passagem dos artistas rumo ao cinema. Fica tudo para o próximo ano. Esta sua 49ª edição segue até sábado, 21 de agosto, está sendo virtual e híbrida, com transmissão de filmes no linear no Canal Brasil e no streaming pelo Globoplay. A programação integral e as maneiras de assistir aos filmes e debates estão disponíveis no site www.festivaldegramado. Net.
O longa brasileiro de abertura é dirigido por Pedro Peregrino. Em “A Suspeita”, Glória Pires contracena com um elenco de peso, Gustavo Machado, Genézio de Barros e Bukassa Kabengele. A atriz interpreta Lúcia, comissária da área de inteligência da Polícia Civil do Rio de Janeiro. Pela sinopse, o enredo parece bastante enrolado, com a policial se transformando em principal suspeita do crime que busca esclarecer. Um detalhe: o sociólogo Luiz Eduardo Soares, um dos maiores especialistas do País em segurança pública, e alma progressista, é responsável pelo argumento do filme.
Outra atração segura entre os concorrentes é “Homem Onça”, tanto pelo diretor, o ótimo Vinícius Reis, quanto pelo intérprete, o superlativo Chico Diaz. Este faz um executivo atingido em sua carreira pela privatização da Companhia Vale do Rio Doce, em trama livremente inspirada no conto de Guimarães Rosa “Meu Tio Iauaretê”, com ressonâncias com a narrativa fantástica.
Em “O Novelo”, a diretora Claudia Pinheiro conta a história de cinco irmãos órfãos cuidados pelo mais velho entre eles. Um homem, agonizante na UTI, pode (ou não) ser o pai desconhecido de todos eles. No elenco, Rocco Pitanga, Nando Cunha, André Ramiro, entre outros.
“Álbum de Família”, de Daniel Belmonte, evoca a dramaturgia de Nelson Rodrigues, reunindo um grande elenco, com Renata Sorrah, Lázaro Ramos, Tonico Pereira, Otávio Muller, para discutir o teatro, o imaginário e a arte da representação.
Conforme disse na coletiva de apresentação dos concorrentes o crítico Marcos Santuário, curador do festival - “Há filmes da pandemia, já feitos durante a crise sanitária, como ‘Álbum de Família’”.
Já os concorrentes estrangeiros, este ano em número de quatro e “trazem respostas muito atuais à situação dos países e expressam a diversidade estética no cinema da América Latina”, destaca Santuário. São eles: “Gran Avenida”, de Moisés Sepúlveda (Chile), “Pseudo”, de Gory Patinho e Luis Reneo (Bolívia), “La Teoría de Los Vidrios Rotos”, de Diego Fernández Pujol (Uruguai), e “Planta Permanente”, de Ezequiel Radusky (Argentina). (Da Redação com Estadão Conteúdo)