Projeto sorocabano inovador é indicado ao Prêmio APCA

"O Híbrido", de Robson Catalunha, está entre os destaque do 1º semestre

Por Da Redação

Web série foi gravada em 360º e convida o espectador sobre transformações.

A Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) divulgou, no último dia 26, os indicados do primeiro semestre para o Prêmio APCA, que será definido em dezembro. Entre os finalistas, está o projeto “O Híbrido”, criação artística de Robson Catalunha, realizado em parceria com a produtora cultural Andressa Moreira, e que contou com gravações na Estação Paula Souza, em Sorocaba, e na Cachoeira da Chave, em Votorantim. O trabalho concorre na categoria Avanço Digital, pelo caráter tecnológico inovador.

“Para nós, é uma felicidade muito grande estar selecionado entre tantos projetos incríveis. Quando começamos a escrever ‘O Híbrido’, a nossa proposta era justamente estabelecer uma conexão do público com uma nova proposta artística, que é a realidade virtual”, explica o diretor. “A indicação é um passo importante não apenas para o projeto, mas para toda a cena artística da região, que tem trabalhado intensamente para driblar todas as restrições da pandemia.”

Inspirado no trabalho “Treebeards” do artista francês Cal Redback, que misturava feições humanas com plantas, “O Híbrido” consiste numa investigação sobre um ser em constante transformação que extrapola as fronteiras entre espécies, raças, credos, gêneros e padrões comportamentais.

O material foi apresentado em formato de uma web série dividida em oito episódios diferentes, de aproximadamente cinco minutos de duração. Cada ato era composto por uma performance, interpretada pelo próprio Robson, gravada com a tecnologia 360º. Ao assistir pelo celular, o espectador precisava se movimentar com a tela para acompanhar toda a cena, gerando uma sensação de imersão.

“Ao se mexer para assistir a cena completa, o público interage fisicamente com a obra, ampliando a discussão sobre o conceito de presença”, explica Robson. “Borrar as fronteiras entre teatro, performance e a própria realidade virtual foi a maneira que encontramos para nos aproximar do espectador durante este momento pandêmico”.

Orgulho para equipe

Se diante das câmeras 360º o protagonismo foi do ator, por trás, a produção contou com importantes nomes da cena artística sorocabana que veem na indicação o merecido reconhecimento pelo trabalho desenvolvido.

“’O Híbrido’ é uma obra muito importante, que reúne artistas multidisciplinares e combina arte e tecnologia para a atualizar a experiência teatral em relação aos modos de viver contemporâneo, fortemente influenciados pelas novas mídias digitais”, ressalta o diretor técnico, Bruno Lottelli.

Muito além do reconhecimento, a indicação também serve de suporte para a exploração de novos espaços. “O trabalho se apresenta em uma mídia pouco explorada nas artes cênicas e possivelmente se tornará uma pesquisa recorrente de criação para os próximos anos”, acredita Douglas Emílio, preparador corporal do projeto.

Outra que acredita no potencial do novo formato é a produtora executiva e diretora de produção, Andressa Moreira. “Explorar essa tecnologia e produzir esse trabalho, considerando o momento pandêmico, me instiga, pois traz novas possibilidades de interatividade de forma inovadora”, ressalta.

Muito além de um projeto inovador, “O Híbrido” também foi uma verdadeira reunião amigável, um momento de conforto diante de tanto tempo de isolamento. “Foi uma imensa alegria saber que esse reencontro entre amigos já começa a colher frutos”, relata o diretor de arte, Felipe Cruz. (Da Redação)