Colecionador e ex-presidente da Bienal, Figueiredo Ferraz falece aos 69
Um dos grandes colecionadores de arte do Brasil, dono de um dos maiores acervos contemporâneos em exposição permanente no Instituto que leva seu nome, em Ribeirão Preto, o ex-presidente da Bienal de São Paulo, João Carlos Figueiredo Ferraz, morreu na manhã de ontem (6), aos 69 anos, no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, vítima de câncer.
O empresário e colecionador de arte assumiu a presidência da Fundação Bienal de São Paulo em 2017 e se afastou em setembro de 2018. Economista, Figueiredo Ferraz integrava o conselho de importantes instituições de arte como o Museu de Arte de São Paulo (Masp), o Museum of Modern Art de Nova York (MoMA) e o Museu de Arte Moderna de São Paulo.
Figueiredo Ferraz foi um dos mais ativos empresários na área cultural, acompanhando de perto a produção dos artistas contemporâneos da chamada Geração 80, como Carlito Carvalhosa, Nuno Ramos, Paulo Pasta e Tunga.
Quando era estudante, começou a colecionar, comprando gravuras e desenhos, cujos preços eram mais acessíveis. A primeira tela que comprou, mantida até hoje em seu instituto, é do pintor abstrato Jorge Eduardo Guinle Filho.
Sem apoio do poder público, construiu o instituto em Ribeirão Preto com sua poupança particular. Ao contrário de outros colecionadores, que compram arte como investimento, ele comprou mais de mil obras (de 382 artistas) porque simplesmente gostava delas -- mantendo-as em seu acervo até a morte. (Estadão Conteúdo)