Teatro Municipal de Sorocaba fecha as portas para reforma
Os próximos seis meses serão de portas fechadas para espetáculos e eventos no Teatro Municipal Teotônio Vilela (TMTV). A decisão foi confirmada pela Secretaria de Cultura (Secult) para que sejam realizadas “diversas manutenções e melhorias no espaço”.
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O objetivo é sanar uma série de problemas que cumprem longa temporada no Municipal. A pasta, no entanto, não iniciou o processo licitatório para contratar empresa que executará os serviços e ainda faz o levantamento do total de recursos financeiros necessários para a realização dessas intervenções.
O titular da pasta, Marcel Stefano Marques da Silva, afirma, por meio de nota, que estão entre as intervenções previstas a aquisição e instalação de um gerador de energia (atualmente o teatro não tem esse equipamento); manutenção do palco (várias madeiras estão empenadas e se soltando, formando grandes ondulações); manutenção preventiva do sistema de varas cênicas (troca de cordas, cabos e roldanas); e manutenção preventiva e corretiva dos aparelho de ar condicionado (sistema está funcionando parcialmente).
O levantamento da Secult também prevê a substituição de todo sistema de iluminação da plateia e das coxias; sistema elétrico do palco, além de cortinas e rotunda de coxias, que estão desatualizadas ou danificadas devido ao tempo de uso. A lista de intervenções inclui ainda a revitalização da pintura dos camarins, banheiros e saguão, limpeza da caixa de água, limpeza das poltronas e carpete da plateia e da cabine de energia. Essas últimas tarefas listadas costumam ser realizadas uma vez por ano, em janeiro, quando o teatro fica fechado ao público para manutenção.
Reunião no Conselho
O fechamento do teatro foi tema de uma reunião do Conselho Municipal de Política Cultural (CMPC) na semana passada. Na ocasião, Stefano sinalizou a intenção de comprar equipamentos de som e luz e custear parte das obras no TMTV com verba do Fundo Municipal de Cultura (FMC).
Porém, a intenção não foi confirmada em resposta aos questionamentos do Mais Cruzeiro. “Foi apenas mencionado se teria a possibilidade de algumas manutenções serem custeadas pelos recursos do Fundo Municipal de Cultura, tendo em vista que o teatro é o que mais contribui para esse fundo e o espaço é considerado o mais importante em fomento da cultura em nossa cidade”, diz nota.
Na mesma reunião, conselheiros alertaram o secretário de que os recursos do FMC, instituído em 2015 como parte integrante do Sistema Municipal de Cultura (SMC), devem ser aplicados estritamente em atividades de fomento cultural.
Apesar da extensa lista de tarefas a serem realizadas, Marcel Stefano admite, por meio de nota da Secult, que a pasta ainda não sabe qual será o valor total dos custos da reforma. Segundo ele, as despesas serão cobertas por dotação própria e por emenda impositiva, no caso do gerador de energia. “Estamos realizando esses levantamentos de valores através de solicitações de orçamentos para várias empresas, a partir daí é que se pode montar os processos licitatórios”, diz.
A Prefeitura de Sorocaba também ainda não abriu licitação para a compra de equipamentos e contratação dos serviços listados. Por meio de nota, a pasta alega que aguarda os orçamentos para elaboração do termo de referência do edital e verificação jurídica de todo o processo, que seguirá as normas e prazos estabelecidos. “Esse fechamento é necessário e de extrema importância, com priorização da manutenção do espaço e a segurança de todos os seus usuários”, diz.
Críticas à manutenção
Inaugurado em 29 de janeiro de 1983, o prédio construído em concreto armado no estilo brutalista -- movimento da arquitetura moderna que privilegia a essência estrutural da edificação -- assinado pelo arquiteto Luiz Arthur Guimarães Navarrete, o Teatro Municipal tem sido alvo recorrente de reclamação de artistas, produtores culturais e público em virtude da falta manutenção em seu interior.
A última grande reforma realizada no TMTV ocorreu entre janeiro e fevereiro 2015, quando foram trocados os carpetes, reformados os banheiros e os camarins e feito manutenção no telhado e instalado equipamentos de ar condicionado no foyer e na plateia. O total gasto na época foi de R$ 726 mil. Os produtores culturais também citam dificuldades em agendar datas no teatro municipal de Sorocaba. (Felipe Shikama)