Trupé de Teatro estreia ‘Manual de sobrevivência’ neste sábado
O que cabe no teatro de bolso da Trupé de Teatro? A resposta para essa questão começou a se desenhar no final de 2016, quando despontou nos integrantes o desejo de ocupar o seu próprio território.
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Depois de cinco anos de intenso processo de pesquisa e criação nas ruas de Sorocaba -- com uma trilogia de espetáculos itinerantes que levaram o público a caminhar por ruas e becos da região central da cidade --, a Trupé de Teatro estreia sábado (19), às 20h, sua nova peça intitulada “Manual de sobrevivência”, na sua sede, o Teatro da Trupé, situada na rua Nogueira Martins, 457, no Centro.
“Manual de sobrevivência” apresenta em um teatrinho de bolso, algumas atrizes ensaiando um espetáculo que nunca estreia. Confinadas nesse espaço que, gradativamente, é invadido por uma figura sem rosto, sem nome, sem identidade, elas pressentem risco de vida, já que um “invisível” tenta aniquilar com a sua arte.
Com um toque que mescla o realismo fantástico e o mágico dos contos de fadas, as atrizes, uma a uma, sofrem atentados pessoais. Entre elas está a Atriz Menina, alvo fácil do invasor, não fosse o aprendizado cotidiano que o tempo de convívio com as outras mulheres lhe garantiu.
Assim, ela foi apreendendo tentativas inéditas de sobrevivências. Agora, que a sua vez se aproxima, a questão é se ela estaria apta para enfrentar o lobo e sua “matilha”.
A peça é um avanço na pesquisa contínua que o grupo desenvolve sobre os chamados “espaços vivos” que resultou na trilogia: “Um dia o raio caiu e o baixo ventre da cidade se abriu”, em 2013, “Da aurora de um novo dia ou do velho tempo tecido em banho maria”, 2015 e “Das guerras de um velho baixo caos”, de 2016.
Este percurso fez o grupo observar que o número de moradores de rua aumentava significativamente, traçando um paralelo com o número, também, maior de imóveis vazios, tanto para venda como para locação. “Essa percepção foi fundamental para acontecer a mudança de foco”, dizem os integrantes do grupo.
O espetáculo conta com criação e atuação de Daniele Silva, Ketlyn Azevedo, Larissa Alves, Laura Guedes, Natália Martins e Victor Motta. A direção de arte e figurinos ficaram por conta de Felipe Cruz, sonoplastia e sonoridades Victor Motta, iluminação Victor Motta e Felipe Cruz e operação de luz e som Victor Motta e Natália Martins.
Com encenação de Carlos Doles e dramaturgia de Débora Brenga, “Manual de sobrevivência” surgiu das percepções e percalços do próprio grupo. “É sobre existir em tempos diversos. Sobre resistir e reinventar formas e maneiras de seguir. Sobre como manter uma casa, um teatro de bolso e a sanidade física e mental em tempos de barbárie institucional”, afirma Doles.
Com lotação máxima de 24 pessoas por apresentação, o espetáculo segue em temporada até o dia 17 de novembro, sempre aos sábados às 20h e domingos às 19h. Os ingressos custam R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada) e podem ser adquiridos antecipadamente pelo Sympla (www.sympla.com.br/trupedeteatro) ou na bilheteria do teatro uma hora antes de cada sessão, condicionada à disponibilidade de lugares. (Da Redação)