Um dia de perdas para a música mundial
A música -- nacional e internacional -- perdeu dois nomes importantes na noite da última segunda-feira (15). Em São Paulo morreu Izael Caldeira, integrante do grupo Demônios da Garoa, aos 79 anos, vítima de Covid-19. Em Nova York, faleceu o dominicano Johnny Pacheco, um dos criadores da salsa, aos 85 anos de idade, de causas não reveladas.
Izael estava internado desde o começo do mês para tratar a Covid-19. Ele tinha 79 anos, completados no último 27 de janeiro. Em nota publicada em rede social, o grupo diz: “Perdemos uma das vozes mais lindas desse País, um ser humano ímpar e que vai deixar muitas, mas muitas saudades”.
O grupo vinha atualizando o estado de saúde do músico desde a sua internação, pedindo orações aos fãs. Na semana passada, uma postagem afirmava que o músico havia apresentado uma “melhora inesperada”, mas que o quadro seguia grave.
O Demônios da Garoa é um dos grupos mais longevos da música brasileira e mundial. Formado em São Paulo, no próximo dia 23 completará 78 anos desde a sua formação. Izael ingressou no grupo em 1999 e tocava timba, além de cantar. Deixa a esposa, cinco filhos, nove netos e um bisneto.
Johnny Pacheco
“Com grande dor na alma e um vazio no coração, comunico que o maestro Johnny Pacheco faleceu nesta tarde (noite, no horário de Brasília). Mil agradecimentos por todas as suas orações e por todo o amor que vocês sempre lhe deram. Neste momento, pedimos privacidade e orações”, diz breve nota assinada pela viúva, Maria Elena Cuqui Pacheco, e sua família.
O músico ficou internado em um hospital de Nova York alguns dias antes da morte para tratar de uma pneumonia, disse a viúva, na conta do Facebook do artista.
Percussionista e compositor, Juan Zacarías Pacheco Knnipping, o Johnny Pacheco, nasceu em 25 de março de 1935 em Santiago de los Caballeros, no norte da República Dominicana, e emigrou quando criança com toda sua família para Nova York, onde começou os estudos musicais.
A salsa, segundo muitos especialistas, nasceu nos bairros de Nova York nos anos 1960 graças aos jovens músicos latino-americanos que emigraram para os Estados Unidos. Uma das teorias mais difundidas atribui seu nascimento a Pacheco, que considerava o estilo uma mistura de ritmos caribenhos como guaracha, mambo, pachanga, guajira, guaguancó e chachachá.
Músico, compositor e produtor, Pacheco fundou a gravadora Fania Records, assim como a histórica banda Fania All-Stars, pela qual passaram ícones da salsa como Celia Cruz, Héctor Lavoe e Willie Colón. (Estadão Conteúdo com agências internacionais)