Bolsonaro prorroga auxílio com valor menor, de R$ 300
Ao lado do ministro Paulo Guedes e de líderes do Centrão, o presidente Jair Bolsonaro confirmou ontem de manhã a prorrogação do auxílio emergencial até dezembro deste ano. Serão mais quatro parcelas de R$ 300 reais, conforme antecipou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.
“Nós decidimos aqui, atendendo a Economia, em cima da responsabilidade fiscal, fixá-lo (o auxílio) em R$ 300”, disse o presidente. Ao redor de Bolsonaro, estavam nomes como o presidente do PP, Ciro Nogueira (PI), e os líderes do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), e no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE).
O pronunciamento foi feito logo após Bolsonaro oferecer um café da manhã a líderes do Congresso para acertar os últimos ajustes da prorrogação do benefício.
A iniciativa de conversar com os congressistas antes de finalizar a proposta é mais um gesto de aproximação do presidente com o Legislativo. O anúncio, inclusive, foi antecipado no último final de semana por um dos principais líderes do centrão, o deputado Arthur Lira (PP-AL), que também estava perto de Bolsonaro ontem.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o pagamento menor, de R$ 300 -- deve custar ao governo cerca de R$ 90 bilhões adicionais dentro do chamado “Orçamento de Guerra” de enfrentamento à pandemia de Covid-19.
“Estamos fazendo uma tentativa de aterrissagem suave do auxílio emergencial. Serão mais quase R$ 90 bilhões dentro o orçamento de guerra, é bastante”, afirmou Guedes, em audiência pública na comissão mista do Congresso Nacional que acompanha a execução das medidas de enfrentamento à pandemia de Covid-19. “Além disso, o das medidas de crédito finalmente chegou na ponta”, completou.
O auxílio emergencial foi criado originalmente para durar três meses (tendo como base os meses de abril, maio e junho). Depois, o governo prorrogou por duas parcelas (julho e agosto) por meio de um decreto. O valor de R$ 600 foi mantido em todo esse período. Para mexer no valor, o governo vai editar uma Medida Provisória (MP), que tem vigência imediata.
O ministro da Economia disse também que a reforma administrativa será enviada pelo governo amanhã ao Congresso Nacional. “O presidente disparou hoje (ontem) a reforma administrativa do governo, que será entregue na quinta-feira na Câmara dos Deputados. Quem dá o ritmo das reformas é a política, não a economia”, afirmou. (Eduardo Rodrigues, Lorenna Rodrigues, Julia Lindner e Jussara Soares - Estadão Conteúdo)