Brasil tem queda recorde da atividade no 2º trimestre

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Recuo foi de 6,28% no 1º semestre, conforme índice do BC. Crédito da foto: Antonio Cruz / Arquivo Agência Brasil (30/6/2015)

Recuo foi de 6,28% no 1º semestre, conforme índice do BC. Crédito da foto: Antonio Cruz / Arquivo Agência Brasil (30/6/2015)

A pandemia do novo coronavírus fez a atividade econômica brasileira registrar uma queda recorde no segundo trimestre deste ano. O Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br), divulgado ontem, desabou 10,94% de abril a junho, ante os três meses anteriores. Esta é a maior baixa para um trimestre cheio em toda a série histórica do BC, iniciada em janeiro de 2003.

No primeiro semestre, o IBC-Br acumulou baixa de 6,28%. Nos 12 meses encerrados em junho o recuo foi de 2,55%.

Conhecido como uma espécie de “prévia do BC para o PIB”, o índice serve como parâmetro para avaliar o ritmo da economia brasileira ao longo dos meses.

Os dados do BC já levam em conta os ajustes sazonais, o que permite a comparação de um trimestre com os três meses imediatamente anteriores. No primeiro trimestre de 2020, a atividade econômica havia recuado apenas 1,97% em relação ao quarto trimestre de 2019, sendo que o resultado foi puxado pelo mês de março, quando o surto de Covid-19 intensificou o isolamento social no Brasil.

Já no segundo trimestre houve uma forte baixa da atividade em abril, quando o isolamento social chegou ao seu auge e milhares de empresas paralisaram seus trabalhos. Nem mesmo a relativa recuperação vista em maio e junho foi suficiente para evitar o forte recuo da atividade no segundo trimestre.

A baixa de 10,94% do IBC-Br no segundo trimestre ficou dentro do intervalo projetado pelos analistas do mercado financeiro consultados pelo Projeções Broadcast, que esperavam resultado entre -11,50% e -10,00% (mediana em -10,90%).

Quando se compara o segundo trimestre deste ano com o mesmo período do ano passado, o recuo da atividade foi de 12,03%, conforme os dados do BC. (Fabrício de Castro - Estadão Conteúdo)