Caixa abre conta até para quem não precisa

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Poupança digital é criada também para cliente de outro banco. Crédito da foto: AFP / Mauro Pimentel

Com a estratégia de expandir sua atuação em todo o País, a Caixa abriu compulsoriamente uma poupança digital mesmo para os beneficiários do auxílio emergencial que receberam a primeira parcela dos R$ 600 em uma conta de outro banco. Além disso, o banco estatal estuda abrir 4 milhões de poupanças digitais para beneficiários do Bolsa Família que estão recebendo as duas primeiras parcelas pelo cartão do programa de assistência social.

O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, tem dito que a Caixa vai abrir 50 milhões de contas de poupança digital para desbancarizados, mas parte dessas pessoas já tem conta em banco.

Para quem se inscreveu no programa pelo aplicativo ou site, a lei que criou o auxílio emergencial diz que o banco estatal estava autorizado a criar uma poupança digital apenas nos casos em que o trabalhador não tivesse uma conta ou fosse informada uma conta inválida. O banco, porém, mudou a prática na portaria que definiu o calendário da segunda parcela e decidiu abrir uma poupança digital para todos, com exceção dos beneficiários do Bolsa Família. Do total de cerca de 40 milhões de contas de poupança digital já abertas, 29,3 milhões foram de pessoas que se inscreveram para receber o benefício pelo aplicativo ou site.

Os R$ 600 da segunda parcela vão poder ser usados, inicialmente, apenas digitalmente (para pagamentos de contas, boletos e compras por meio de cartão de débito virtual). A partir de 30 de maio, a Caixa começa a liberar saques e transferências dessas contas. Para os trabalhadores que receberam a primeira parcela em outra conta, o dinheiro que ainda estiver na poupança digital será transferido automaticamente nas datas do calendário.

Segundo apurou o Estadão/Broadcast, depois de a orientação para a abertura das contas dos beneficiários do Bolsa Família ter sido dada pelo comando do banco, as áreas envolvidas no pagamento alertaram que eles poderão ter dificuldade para sacar a terceira parcela.

É que as famílias que sacaram as primeiras parcelas usando apenas um cartão do programa assistencial vão precisar acessar essas contas por meio eletrônicos ou em uma agência. Antes, era possível sacar até mesmo em lotéricas. (Camila Turtelli e Adriana Fernandes - Estadão Conteúdo)