Centrais querem manter corte de jornada

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A adesão de empresas e trabalhadores ao programa de manutenção de empregos com carteira em meio à pandemia do novo coronavírus está motivando duas das maiores centrais sindicais a defenderem que a política se torne um instrumento permanente para momentos de crise no País.

Até agora, já foram negociados mais de 6,5 milhões de acordos individuais e coletivos de redução de jornada e salários ou suspensão de contratos.

O apoio à medida não é irrestrito e vem com ressalvas: as centrais querem garantir maior participação dos sindicatos na mediação desses acordos e um benefício mais polpudo aos trabalhadores que toparem a negociação.

A Medida Provisória 936 prevê que o governo pagará um benefício de R$ 261,25 a R$ 1.813,03 por trabalhador, conforme o tipo da negociação. O valor é calculado com base na parcela do seguro-desemprego a que o empregado teria direito se demitido e segue o mesmo porcentual da redução de jornada e salário (por exemplo, um corte de 50% significa um benefício equivalente a 50% do seguro).

Negociações já em andamento, porém, tentam elevar o teto do benefício emergencial ao trabalhador com carteira a três salários mínimos (R$ 3.135).

A Força Sindical e a União Geral dos Trabalhadores (UGT), que representam juntas um quarto dos trabalhadores sindicalizados, segundo os últimos dados oficiais, têm defendido uma política permanente de manutenção de empregos para episódios de crise. A ideia deve ser levada à área econômica nesta semana. A reportagem procurou a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a maior central do País, para saber sua posição sobre o tema, mas não obteve resposta.

A avaliação das outras duas é que, apesar de críticas a determinados pontos da MP do governo, o programa tem tido um alcance importante para a proteção do emprego.

Para o presidente da UGT, Ricardo Patah, é fundamental que o País tenha um mecanismo permanente para manter empregos, que funcione como uma espécie de “amortecedor automático”. (Idiana Tomazelli - Estadão Conteúdo)