Cesta básica sobe até 23% em 4 meses e custa R$ 522 em São Paulo

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Saúde e cuidados pessoais se destacaram, indo de 0,25% em março para 1,08% em abril. Crédito da foto: Tânia Rêgo / Agência Brasil

Saúde e cuidados pessoais se destacaram, indo de 0,25% em março para 1,08% em abril. Crédito da foto: Tânia Rêgo / Agência Brasil

Em abril, o custo da cesta básica subiu em todas as 18 capitais analisadas pela Pesquisa Nacional da Cesta Básica, divulgada ontem pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). As altas mais expressivas ocorreram em Campo Grande (10,07%), São Luís (7,10%) e Aracaju (4,94%).

Nos primeiros quatro meses de 2019, todas as cidades analisadas pela pesquisa apresentaram alta acumulada. Os maiores aumentos foram observados em Vitória (23,47%) e Recife (22,45%). O menor aumento acumulado ocorreu em Florianópolis, com alta de 5,35%.

A cesta mais cara do país foi a de São Paulo, onde o conjunto de alimentos essenciais custava, em média, R$ 522,05, seguida pela cesta do Rio de Janeiro, R$ 515,58, e de Porto Alegre, R$ 499,38. As cestas mais baratas, em abril, eram as de Salvador, R$ 396,75, e Aracaju, R$ 404,68.

Salário mínimo

Com base na cesta mais cara do país, a de São Paulo, o valor do salário mínimo em dezembro, necessário para suprir as despesas de um trabalhador e de sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, seria de R$ 4.385,75, o que equivale a 4,39 vezes o valor do salário mínimo atual, de R$ 998,00.

Inflação

A inflação para famílias com renda de 1 a 2,5 salários mínimos avançou em abril, com uma taxa acumulada maior que o índice geral. Os dados foram divulgados na segunda-feira (6) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV).

A variação de preços para famílias de menor renda é medida pelo Índice de Preços ao Consumidor - Classe 1 (IPC-C1), que fechou o mês de abril com alta de 0,73%, o que representa aceleração da inflação em relação a março, quando a variação foi de 0,67%.

Em 12 meses, a inflação para as famílias com renda de 1 a 2,5 salários mínimos acumula 5,86%, enquanto o índice geral calculado pela FGV, o IPC-BR, soma 5,19%.

Segundo a FGV, o aumento do IPC-C1 foi registrado em sete das oito classes de despesas que fazem parte do orçamento dessas famílias. A classe de saúde e cuidados pessoais se destacou, saltando do índice de 0,25% em março para 1,08% em abril. Os medicamentos saíram de 0,09% em março para 1,68% em abril.

Tarifas de ônibus urbanos, móveis para residência, bilhete lotérico e passagens aéreas foram itens que puxaram a inflação nas classes transportes, habitação e despesas diversas. (Agência Brasil)