Demanda por voos na América Latina e Caribe cai 54% em janeiro
A demanda por transporte aéreo (medida pela relação passageiro-quilômetros transportados, ou RPK, no jargão do setor) em janeiro na América Latina e Caribe apresentou queda de 54,4% na comparação anual, segundo dados da Associação Latino-Americana e do Caribe de Transporte Aéreo (Alta), divulgados na semana passada.
Em janeiro, as companhias aéreas que operam na região transportaram 20,9 milhões de passageiros, 46,6% menos do que um ano antes.
A oferta (assentos disponíveis por quilômetro, ou ASK) caiu 46,8% no primeiro mês do ano, o que resultou em uma taxa de ocupação de 70,1% no período, 11,5 pontos porcentuais a menos do que no mesmo intervalo de 2020.
Segundo o diretor-executivo e CEO da Alta, José Ricardo Botelho, em janeiro havia “evidências de uma desaceleração na retomada do setor” na América Latina e Caribe, principalmente em função de restrições decorrentes das novas variantes da Covid-19. “No entanto, o tráfego doméstico na região continuou com dinamismo significativo”, disse o dirigente em nota. Dos 20,9 milhões de passageiros transportados em janeiro na região, 63% foram em voos domésticos.
De acordo com a associação, Brasil, México e Colômbia continuaram com uma recuperação positiva em seus mercados domésticos em janeiro. O Brasil foi o mercado interno com melhor desempenho em termos absolutos e porcentuais, sendo 5,5 milhões de passageiros transportados no período, uma queda de 38% sobre janeiro de 2020. A retração foi um pouco maior no México (-39%) e na Colômbia (-44%).
No mercado internacional, os passageiros com destino aos Estados Unidos continuam a representar a grande maioria da demanda na região, ou cerca de 70% do total, conforme a Alta.
“A recuperação será uma realidade principalmente em nossa região, que depende fortemente do transporte aéreo. Enfrentamos desafios de curto prazo que dificultam a retomada do tráfego internacional, como a baixa taxa de vacinação na maioria dos países, com exceção do Chile”, pontua Botelho. “No entanto, nossa região tem um mercado interno em expansão, que continuará liderando a recuperação ao longo de 2021.” (Juliana Estigarríbia - Estadão Conteúdo)