Em carta, presidente do Banco do Brasil se alinha a Bolsonaro
O novo presidente do Banco do Brasil, Fausto de Andrade Ribeiro, enviou ontem uma mensagem aos funcionários em seu primeiro ato após tomar posse na quinta-feira passada.
Na carta, ele prometeu “austeridade” nas despesas e sequência à agenda de venda e de reorganização societária de negócios secundários, movimento que já está em curso na instituição. Ao mesmo tempo, tentou mostrar alinhamento ao presidente Jair Bolsonaro, contrário à privatização do banco.
A carta veio depois de uma polêmica. Na esteira da saída de André Brandão, que era um executivo de mercado e veio do HSBC dos Estados Unidos para assumir o banco público, a escolha de Ribeiro não agradou a membros do conselho do BB. Na semana passada, o presidente do conselho, Hélio Magalhães, e o conselheiro independente José Guimarães Monforte devolveram os cargos que ocupavam. Uma das razões para a saída de Brandão foi o anúncio de um forte programa de redução de agências, o que desagradou o presidente da República.
“As circunstâncias (da substituição), representadas por restrição inaceitável a atos da administração, emergiram e impedem efetivar medidas que visam a realizar avanços na direção de ganhos de eficiência”, afirmou Monforte em trecho da sua carta de renúncia. “Acredito também que o processo de sucessão na liderança de empresas, principalmente as de capital aberto, não deve ser feito somente porque se detém o poder para fazê-lo.”
Mesmo sem citar explicitamente, a leitura foi a de que Ribeiro defende o mesmo discurso do presidente Bolsonaro, que é contra a privatização do BB, diz um funcionário, na condição de anonimato. De diferentes maneiras, ele afirmou na carta aos funcionários que o banco é um patrimônio de todos os brasileiros”. (Estadão Conteúdo)