Ministério prevê queda de 7,5% do PIB no 2º trimestre

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Para Rodrigues, mercado reduziu intensidade de recessão. Crédito da foto: Marcello Casal Jr. / Arquivo Agência Brasil (8/4/2020)

Para Rodrigues, mercado reduziu intensidade de recessão. Crédito da foto: Marcello Casal Jr. / Arquivo Agência Brasil (8/4/2020)

Diante da pandemia do novo coronavírus, o Ministério da Economia espera uma queda de 7,5% no Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre ante o primeiro trimestre deste ano. Na comparação com o primeiro trimestre de 2019, o recuo projetado é de 9,3%. Dessa forma, o PIB acumulado em quatro trimestres atingirá -1,7%.

A estimativa é que apenas o setor agropecuário cresça no segundo trimestre, 1,9% ante o trimestre anterior. Nessa comparação, é esperado um recuo de 7,7% em serviços e de 13,1% na indústria. Ontem, a Secretaria de Política Econômica (SPE) manteve a previsão para a queda do PIB em 2020 em 4,70%.

O secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, argumentou que o mercado financeiro tem revisto suas projeções para a recessão da economia brasileira em 2020, reduzindo a estimativa de queda do PIB neste ano. “Temos visto que mercado já reduziu a intensidade de projeção para a queda do PIB em 2020. Os dados mostram que abril foi o fundo do poço e agora há movimento de recuperação”, afirmou. “Os indicadores de serviços, varejo, construção civil e financeiros apontam para essa recuperação”, acrescentou.

O dado previsto pelo Ministério da Economia é mais otimista que a previsão do mercado. No último relatório Focus, os analistas consultados pelo Banco Central estimaram uma queda de 6,10% para o PIB de 2020.

FGV

O PIB brasileiro avançou 0,7% em maio ante abril, segundo o Monitor do PIB, apurado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV). Na comparação com maio de 2019, a economia teve uma retração de 13,3% em maio de 2020.

Em nota, a FGV destacou que as fortes retrações em todos os componentes do PIB, tanto pela ótica da oferta quanto pela ótica da demanda, foram concentradas em março e abril, por causa do isolamento social adotado na contenção da pandemia de Covid-19. Em abril, o Monitor do PIB havia apontado uma retração de 9,3% frente a março.

“Apesar do crescimento de 0,7% frente a abril, ainda é cedo para afirmar que este resultado indica uma retomada da economia tendo em vista que falta ainda muito para recuperar a enorme perda acumulada de 13,9% registrada nos meses de março a abril deste ano. Cabe ressaltar que a situação da economia é ainda muito frágil e mesmo com o crescimento observado em maio, a economia encontra-se em patamar 13,2% abaixo do que apresentava em fevereiro”, diz a nota da FGV. (Lorenna Rodrigues, Eduardo Rodrigues e Vinicius Neder - Estadão Conteúdo)