Pandemia fecha 1,48 milhão de vagas de março a maio
A pandemia do coronavírus levou ao fechamento de 1,487 milhão de vagas com carteira assinada entre março, quando foi registrado o primeiro caso de Covid-19 no País, e maio. De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta segunda-feira (29) pelo Ministério da Economia, no mês de maio o saldo líquido entre a abertura e o fechamento de vagas foi negativo em 331.901 empregos.
O resultado de maio decorre de 703.921 admissões e 1,035 milhão de demissões. Esse foi o pior resultado para o mês da série histórica, que tem início em 1992. Em maio de 2019, houve a abertura de 32.140 vagas.
No acumulado do ano, o saldo do Caged foi negativo em 1,144 milhão de vagas, o pior desempenho da série histórica disponibilizada (2010).
O fechamento recorde de vagas formais em maio foi puxado pelo setor de serviços, que eliminou 143.479 postos. Em seguida, o maior saldo negativo foi na indústria, com 96.912 vagas fechadas. O comércio registrou resultado negativo em 88.739 postos. Também teve saldo negativo no mês a construção, com menos 18.758 vagas. Das atividades econômicas, apenas a agropecuária teve saldo positivo, em 18.758 vagas.
Em maio, 26 Estados registraram resultado negativo e apenas um, o Acre, teve saldo positivo, de 130 postos. Os piores desempenhos foram em São Paulo (-103.985), Rio de Janeiro (-35 959), Minas Gerais (-33.695 postos) e Rio Grande do Sul (-32.106 postos). O salário médio de admissão nos empregos com carteira assinada caiu de R$ 1.810,08, em abril, para R$ 1.731,33 em maio.
O secretário especial de Previdência e Trabalho, do Ministério da Economia, Bruno Bianco, disse que os números de maio, que apontam o fechamento de 331,9 mil empregos, representam melhora em relação a abril (-860.503). “É bom que se repita que qualquer emprego perdido não pode ser tido como algo positivo. Trabalhamos diariamente para que não se tenha nenhum emprego a menos”, observou. (Estadão Conteúdo e Agência Brasil)