Pequenas empresas têm dificuldade para crédito
Um levantamento feito pelo Sebrae, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), mostra um crescimento da busca por crédito por pequenos e micro empreendedores, cujos negócios sofrem quedas na receita por conta da crise do novo coronavírus. Segundo a pesquisa, no período entre 7 de abril e 5 de maio deste ano, aumentou em oito pontos porcentuais a quantidade de empresários que buscaram crédito. Entretanto, o mesmo estudo apurou que apenas 14% tiveram sua solicitações aprovadas, enquanto os outros 86% dos empreendedores entrevistados dizem que seus pedidos foram negados ou ainda estão sob análise da instituição financeira.
A pesquisa é a terceira de uma série iniciada pelo Sebrae em março de 2020, logo após os primeiros casos da Covid-19 serem confirmados no Brasil, chamada Pesquisa do Impacto do Coronavírus nos Pequenos Negócios. Para esta edição, foram ouvidos 10.384 microempreendedores individuais (MEIs) entre os dias 30 de abril e 5 de maio.
O estudo também revela que 89% dos pequenos negócios tiveram queda no rendimento mensal. 4% não perceberam alteração de faturamento, apenas 2% conseguiram registrar aumento de receita no período e 5% não quiseram responder. Na média, o faturamento foi 60% menor que no período pré-crise, calcula a pesquisa. O número registrado é um pouco menor do que foi observado nas duas pesquisas anteriores, de 64% em março e 69% em abril.
Mesmo com a acentuada perda de receita, a pesquisa mostra baixa adesão dos pequenos empreendedores a busca por crédito junto aos bancos, confirmando uma tendência já apontada em outras pesquisas do Sebrae.
O levantamento ainda indica que a pandemia afetou o funcionamento da maioria dos empreendimentos, com 44% dos entrevistados tendo que interromper a operação do negócio, pois dependem do funcionamento presencial, e outros 32% relatando maior uso de plataformas digitais para manter as atividades.
Já 12% disseram manter a operação mesmo sem estrutura digital, enquanto 11% funcionam sem alterações, por outras razões, estarem entre os segmentos listados como serviços essenciais. Os setores que mais apresentaram perdas foram o da economia criativa (-77%), turismo (-75%) e academias de ginástica (-72%). (Gabriel Caldeira - Estadão Conteúdo)