Poupança tem 2º mês consecutivo de saques
A caderneta de poupança fechou o mês de fevereiro de 2021 com nova saída de recursos, no segundo mês seguido de saques líquidos após dez meses consecutivos de captações. Dados divulgados ontem pelo Banco Central mostram que saíram da poupança R$ 5,832 bilhões líquidos no mês passado.
Este é o maior volume de retiradas para meses de fevereiro desde 2016, quando as saídas somaram R$ 6,638 bilhões. O resultado sucede os saques recordes de R$ 18,154 bilhões em janeiro, a maior retirada da história para qualquer mês.
Além do gasto mais elevado das famílias no começo do ano com o pagamento de impostos e matrículas escolares, a sequência de resultados negativos coincide com o fim do pagamento, pelo governo, de auxílios emergenciais. No ano passado, a poupança foi favorecida pelo pagamento dos auxílios, em meio aos esforços do governo para reduzir os efeitos da pandemia de Covid-19 sobre uma parcela da população.
Além disso, a caderneta foi impulsionada em 2020 pela maior cautela das famílias brasileiras. Preocupadas com a renda futura e com medo do desemprego, muitas delas reduziram gastos e passaram a aplicar recursos na poupança, o que elevou o saldo. Este movimento foi o que o próprio BC chamou de “poupança precaucional”, que agora está sendo usada pelos poupadores.
Neste cenário, os brasileiros retiraram R$ 245,656 bilhões brutos da poupança em fevereiro e depositaram R$ 239,824 bilhões O movimento gerou a retirada líquida de R$ 5,832 bilhões. Considerando o rendimento de R$ 1,540 bilhão no período, o saldo total da caderneta somou R$ 1,014 trilhão no fim do mês passado
Após a captação líquida de R$ 166,309 bilhões ao longo de 2020, o resultado acumulado no primeiro bimestre de 2021 já registra uma retirada líquida de R$ 23,986 bilhões. (Eduardo Rodrigues - Estadão Conteúdo)