Fora dos tatames, atleta luta por apoio para continuar competindo no Karatê

Com centenas de medalhas, a baiana Adriele Menezes sonha com um patrocínio

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Não é recomendável que alguém fora de forma e com pouca capacidade atlética escolha, num primeiro momento, atividades de impacto

“O Karatê é surpreendente! Na verdade, não tenho palavras para dizer o que esse esporte representa na minha vida porque é só alegria”, resume Adriele Menezes, atleta de 26 anos que já reúne mais de 150 prêmios, entre medalhas e troféus. Somente no último final de semana, em Salvador, ela foi ouro, prata e bronze, durante o Campeonato Baiano de Karatê-Dô da Bahia. Mas, fora dos tatames, a luta é pela conquista de patrocínios para continuar sendo destaque no esporte.

No dia a dia, Adriele também atua como operadora de telemarketing atendendo pessoas interessadas em investir em educação com apoio de bolsas de estudo. Já no tempo livre, se aprimora no Karatê. Ela integra a seleção do clube Heika, contemplada com medalhas da equipe de Kata. A importância de um patrocínio, ela explica, é justamente para continuar colhendo frutos da sua dedicação no Karatê.

Filha única por parte de mãe, ela e a família tiram os recursos do próprio orçamento para realizar o sonho de participar das competições. O esforço tem sido recompensado com a volta para casa vitoriosa. De origem modesta, Adriele aprendeu a driblar os empecilhos financeiros. Na sua trajetória, não tem vergonha de contar que já recorreu à ajuda de muitas pessoas para conseguir até mesmo dinheiro para o transporte. “Já cheguei a pedir ajuda a outras pessoas para me deslocar. Não é fácil, mas minha mãe me apoia muito, apesar de não ter patrocínio sei que posso contar com o incentivo e esforço da minha família e dos meus amigos. Quando preciso viajar, recebo mensagens de ânimo, força e sucesso. Isso que me dá mais garra para lutar contra meus adversários e trazer as medalhas”, conta a atleta.

Apesar das dificuldades, Adriele faz planos para o futuro no esporte que a acolheu. “Quero continuar competindo no Karatê, representando minha academia Heika e meu estado. Meu objetivo é levar a bandeira do meu estado para fora, mostrando que na Bahia o Karatê também é de garra. Desejo chegar com minha faixa preta aos atletas mirins, para que eles possam me ter como exemplo e possam levar consigo a consciência de que um atleta faz a diferença na sociedade”, almeja a jovem, que faz questão de agradecer o apoio que tem recebido: “quero agradecer ao apoio que venho recebendo na empresa onde trabalho, o Educa Mais Brasil. Agradeço também a Deus, minha mãe, que é minha maior incentivadora, e minha sensei Martinna Reis, que me incentivou a participar desse campeonato e me mostrou a atleta que sou. Fico imensamente grata e acredito que o esporte também é o futuro para essa nova geração”.

Esporte presente desde cedo

A adolescência de Adriele foi permeada por atividades esportivas, tendo participado de competições no handebal e muay thai. O seu primeiro contato com o esporte foi aos 11 anos, quando sonhava em aprender judô. Por acaso ou força do destino, se matriculou na modalidade errada e conheceu o que viria a ser, mais tarde, motivo de sua superação.

“Entrei no Karatê achando que era judô. Eu era pequena, não sabia diferenciar, minha mãe falou que eu ia fazer o esporte no colégio onde eu estudava. Com o tempo, entendi que eu não estava praticando judô e, sim, Karatê. A partir do momento que me identifiquei com o Karatê, decidi que seria o esporte para toda minha vida”, relata.

Fonte: Agência Educa Mais Brasil