Brasileirão rachado
O clima nos bastidores do Campeonato Brasileiro é pesado e a tensão foi ampliada após os acontecimentos do fim de semana. O atual cenário opõe o Flamengo, de um lado, e os outros 19 clubes e a CBF, do outro.
Todos estão contrariados com a postura do Flamengo de ter tentado a todo custo, em razão do surto de Covid-19 no elenco, suspender o jogo contra o Palmeiras e não aprovaram a pressão do rubro-negro para a volta do público aos estádios já no início de outubro.
A partida precedeu uma verdadeira batalha jurídica e de bastidores. Primeiro, na última quinta-feira (24), a CBF negou o pedido de adiamento do jogo feito pelo Flamengo, que, então foi à Justiça desportiva, mas também não teve sucesso.
No sábado (26), o Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro (TRT-RJ) acatou uma liminar do Sindeclubes, entidade que representa funcionários de clubes do Estado carioca, e determinou a suspensão do confronto.
Porém, no domingo (27), dez minutos antes do horário marcado para o duelo, o Tribunal Superior do Trabalho deferiu o pedido da CBF e permitiu a realização da partida. A bola rolou e as equipes empataram em 1 a 1 no Allianz Parque (veja matéria abaixo).
A posição do Flamengo de defender apenas os seus interesses perturbou vários dirigentes, entre eles o presidente do Atlético-MG, Sérgio Sette Câmara, que falou em “soberba” e prometeu que irá pedir o banimento do rubro-negro no Brasileirão.
“O Flamengo se utilizou da Justiça comum para descumprir o protocolo da CBF. Isso é passível de banimento. Tem de ser rebaixado automaticamente. O Atlético-MG vai entrar com um pedido à Procuradoria do STJD para a exclusão do Flamengo do Brasileiro”, declarou, em entrevista ao Terra.
Maurício Galiotte, presidente do Palmeiras, no sábado, quando o duelo ainda estava suspenso, sugeriu paralisar o Brasileirão porque o protoloco sanitário estipulado pela CBF para o campeonato não estava sendo cumprido. O dirigente palmeirense ganhou o apoio do presidente do Corinthians, Andrés Sanchez.
“O maior problema do futebol é quando um clube só pensa nele e em mais nada. Suspender um jogo é suspender o protocolo que todos toparam. Melhor paralisar o campeonato inteiro então”, opinou Andrés, nas redes sociais. (Estadão Conteúdo)