Falta de patrocínio tira equipe sorocabana do kickboxing do Sul-americano
O 11º Campeonato Sul-americano de kickboxing está para acontecer em novembro, entre os dias 14 e 18, em Lima, no Peru. Sorocaba é um polo nacional do esporte, lar de grandes atletas e, inclusive, a Liga Sorocabana de Kickboxing (LSKB) está classificada para o evento, em decorrência do 1º lugar conquistado na categoria de ringue e do 2º em outras duas categorias na Copa Brasil. Contudo, a Liga não participará do evento, por falta de patrocínio.
“A Prefeitura é nosso maior parceiro, porque nos ajuda muito com uniformes, ônibus, inscrições e tudo mais. Mas, se tivéssemos mais patrocínios para a Liga, além do poder público, conseguiríamos ajudar os atletas que são destaques com os treinamentos, a alimentação, a preparação física e todas as outras necessidades relacionadas à participação num evento desse porte”, afirma o mestre Waldir de Mello, à frente da Liga desde o início, em 2010. Essa ajuda extra seria utilizada, também, para cobrir despesas de deslocamento internacional.
A Liga já começou se destacando nos campeonatos regionais, posteriormente progredindo para os estaduais e nacionais. Nas premiações por equipe, a LSKB costuma figurar sempre entre as três primeiras colocadas, em todas as categorias. E isso não foi diferente na Copa Brasil de Kickboxing deste ano, realizada no estado do Paraná, quando a Liga se destacou como a equipe com mais medalhas de ouro na categoria de ringue (lowkicks), consequentemente garantindo a vaga dos atletas sorocabanos para o Sul-Americano de Kickboxing no próximo mês.
Necessidade de valorização
A falta de patrocínio é algo muito comum no dia a dia de muitos atletas brasileiros, o que infelizmente faz com que muitos desistam de uma carreira no esporte, algo que o sorocabano Felipe Micheletti sofreu no início de sua carreira. Hoje, Micheletti luta pelo Glory, o maior evento de Kickboxing em todo o mundo, mas ele conta que já pensou em desistir muitas vezes, por conta do ritmo de vida e da falta de apoio.
“É meio complicado”, ele diz, “porque o nível que eu disputo hoje é alto. São atletas internacionais, que vivem disso e possuem todo o apoio, recursos e estrutura. O preço a se pagar por ser atleta no Brasil é você ter de superar as lesões, treinar o dia inteiro e dar aula à noite, dormir meia noite e acordar cinco horas da manhã, tudo isso sem muita valorização.”
Para ele, essa valorização deve começar com o próprio público. “Eu até brinco dizendo que o atleta brasileiro é aquele que corta cana o dia inteiro, vai correr com um tênis velho no meio do canavial e, nas Olimpíadas, pega terceiro lugar. E a galera sempre critica a colocação e fala ‘brasileiro nunca pega primeiro lugar!’. Agora, esse cara conseguiu conquistar um terceiro lugar nas Olimpíadas, que é o maior evento do mundo, mesmo sem nenhum recurso, só com a força de vontade e o esforço”, ele lamenta. (Ana Carolina Corrêa Fragoso - Agência Focs/Jonalismo Uniso)
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