Caboclo se diz inocente e promete voltar à CBF
Ele é acusado por uma funcionária de assédio moral e sexual
Rogério Caboclo se manifestou ontem pela primeira vez desde que foi afastado temporariamente da presidência da CBF, no domingo. Ele disse ser inocente quanto à acusação de assédio moral e sexual, negou qualquer intenção de demitir o técnico Tite, na seleção brasileira, e afirmou que retomará suas funções na presidência da entidade que rege o futebol brasileiro.
Questionado sobre a acusação de assédio moral e sexual a uma funcionária da CBF, Caboclo disse apenas que era inocente, sem se aprofundar no assunto. “Não posso falar nada sobre isso porque tudo será tratado na minha defesa. Eu sou inocente. Tenho absoluta certeza de que vou provar isso.”
Ele descartou ainda qualquer possibilidade de renúncia, rejeitando a ideia de que estaria sendo pressionado pela própria família para deixar o cargo de forma definitiva. Seu mandato se encerra em 2023. “A minha família toda está me apoiando, minha mulher, meu filho, meus pais, minha ex-mulher.”
Dirigente pode até ser banido do futebol
Afastado da presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) por 30 dias, Rogério Caboclo agora terá de se defender no processo instaurado pelo Comitê de Ética da entidade. Ele é acusado por uma funcionária de assédio moral e sexual. Ela trabalha na CBF há nove anos. Segundo o Artigo 21 do Código de Ética e Conduta do Futebol Brasileiro, Caboclo pode receber uma advertência ou até ser banido do futebol.
Quem vai ocupar o cargo durante esses 30 dias é o vice-presidente mais velho da entidade, Antônio Carlos Nunes de Lima, o Coronel Nunes, de 82 anos, conforme prega o estatuto.
As punições variam bastante e agora serão avaliadas pela Comissão de Ética que, segundo o Estatuto da CBF, é uma “instância independente com poderes para aplicar as sanções por infrações éticas às pessoas submetidas a este Código”.
O presidente da Comissão de Ética é Carlos Renato de Azevedo Ferreira, desembargador aposentado. A denúncia será apurada na Câmara de Investigação. Os trabalhos começaram ontem.
Um detalhe importante é que todo o processo corre de forma sigilosa. “A decisão é sigilosa e o processo tramitará perante a referida Comissão, com a finalidade de apurar a denúncia apresentada”, disse a CBF.
Depois dos trâmites esportivos dentro da CBF, o caso de denúncia de assédio sexual e moral contra o presidente Rogério Caboclo pode ganhar a esfera criminal na Justiça do Rio. (Estadão Conteúdo)