Para ter Messi, PSG planeja vender jogadores para não violar regras
Uma das possibilidades é o atacante francês Kylian Mbappé, que tem contrato até julho de 2022
Para contratar Lionel Messi, astro que anunciou sua saída do Barcelona e está livre no mercado, o Paris Saint-Germain tenta vender jogadores para reforçar seu caixa. O objetivo é se enquadrar nas regras rigorosas do Fair Play Financeiro, que estão em vigor desde 2010 no futebol europeu.
Segundo o jornal francês L'Équipe, a diretoria espera conseguir 180 milhões (cerca de R$ 1,08 bilhão, na cotação atual) em vendas para se adequar às regras financeiras. Isso significa que o clube talvez tenha de abrir mão de algumas estrelas. Uma das possibilidades é o atacante francês Kylian Mbappé, que tem contrato até julho de 2022.
Messi pode chegar a Paris nesta segunda-feira para fazer exames médicos e assinar com o PSG. Chorando bastante, o argentino se despediu oficialmente no último domingo. O Barcelona não conseguiu criar as condições financeiras para renovar o seu contrato. O argentino confirmou a negociação com o PSG, mas revelou que ainda não havia concluído.
O PSG garante ter espaço na folha salarial para dar aumento ao craque francês sem ferir o Fair Play Financeiro da UEFA e, mesmo assim, assinar um contrato longo com Messi. O treinador Mauricio Pochettino afirma que uma possível chegada do argentino não significaria o adeus de Mbappé. "Não falei (com Messi)", disse Pochettino em coletiva de imprensa antes da vitória diante do Troyes na abertura do Campeonato Francês. "E qualquer movimento não significaria que Kylian partiria", afirmou. "Um jogador do calibre de Messi, isso é o que é interessante para mim. O clube está trabalhando em várias opções, mas devemos nos concentrar no jogo com Troyes", completou.
O fair play financeiro foi criado em 2010 para obrigar os clubes a gastarem de acordo com sua arrecadação. Os clubes precisam equilibrar as despesas do futebol, como a contratação de jogadores e pagamento de salários, com as receitas de televisão, ingressos e as ações dos departamentos comerciais. O máximo que podem gastar a mais do que arrecadam é 30%. O dinheiro gasto em estádios, instalações de treinamento, desenvolvimento de jovens ou projetos comunitários está isento.
Essa verificação é feita por meio de uma prestação de contas à Uefa. O objetivo é impedir lavagem de dinheiro e que clubes menores quebrem ao arriscarem altos investimentos.
Segundo o jornal espanhol Marca, sócios do Barcelona fizeram uma denúncia à Comissão Europeia na semana passada sobre o não cumprimento do fair play financeiro pelo PSG. "Os índices do PSG em termos de fair play financeiro são piores que os do Barcelona. Na temporada 2019/20, a relação entre salários e rendimentos da equipe parisiense era de 99%, enquanto a do Barça era de 54%", diz trecho da denúncia.
Por conta dessas regras, poucos clubes poderiam contratar Messi atualmente. "Por mais incrível que pareça, adquirir o Messi é um problema para alguns clubes da elite financeira do futebol europeu. Esses clubes estão atados às regras do fair play financeiro, que limita substancialmente seus gastos, fazendo com que seja necessário uma complexa engenharia financeira para a contratação do atleta", explica Eduardo Carlezzo, advogado especializado em direito desportivo e transferências internacionais.
NOVOS GALÁCTICOS? - A possibilidade de o time francês formar um ataque com Messi, Mbappé e Neymar, além de uma defesa com o goleiro italiano Gianluigi Donnarumma e o zagueiro espanhol Sergio Ramos, recém-contratados, já deixa os torcedores ansiosos com a possibilidade de um esquadrão. Um dos maiores jogadores da história do futebol e maior jogador da história do clube catalão, Messi foi eleito seis vezes melhor do mundo e atuou ao lado de gerações de craques como Ronaldinho, Xavi e Iniesta.
Com ele, o PSG poderia formar um novo time de galácticos. Vale lembrar que o termo se popularizou quando o Real Madrid montou uma equipe com jogadores badalados, como Ronaldo, Roberto Carlos, David Beckham, Luís Figo, Zinedine Zidane e outros entre 2000 e 2006. Os investimentos em contratações custaram mais de 1 bilhão de euros ao Real Madrid em apenas 10 anos. Mesmo assim, a fortuna não trouxe todos os resultados desejados.