Má qualidade de alimentação para atletas motiva críticas
A equipe de vôlei feminino de Sorocaba chegou a ficar sete horas sem se alimentar antes de disputar uma partida
Representantes das equipes que levam o nome de Sorocaba nos Jogos Abertos do Interior têm reclamado da falta de estrutura proporcionada aos atletas na cidade de São Sebastião. Dentre as reclamações estão a má qualidade das refeições, os longos períodos entre uma refeição e outra e até mesmo a falta de água potável para os atletas.
De acordo com o técnico da equipe de vôlei feminino do Renasce/Sesi, Clóvis Granado, houve negligência na alimentação dos atletas, tanto na qualidade quanto na quantidade, além da falta de água e até de segurança.
A equipe chegou a ficar sete horas sem se alimentar antes de disputar uma partida. “Não tinha água potável para os atletas beberem e nem para competir. Teve equipe que almoçou às 11h e foi jogar às 18h e não tinha o que comer, não tinha uma fruta, não tinha nada. Um atleta comer carne moída e de porco para jogar, isso foi um pecado”, relata Clóvis.
“O que também faltou foi segurança, porque nós estávamos em uma escola do Estado, sempre foi trazido segurança. Não veio segurança, não veio lanche, não veio água e a comida era de péssima qualidade”.
Temendo ficar à mercê da falta de estrutura, algumas equipes optaram por arcar com custos de hospedagem e alimentação. É o caso do Magnus, time de futsal masculino. Segundo o presidente do clube e responsável pela delegação, Fellipe Drommond, foram usados recursos próprios para garantir o conforto dos seus atletas.
Ainda que não tenha utilizado os serviços de acomodação e alimentação, ele reconhece a falta de suporte sofrida por outras delegações. “O que eu vejo é que o Governo do Estado escolheu mal a sede, uma cidade que não tem estrutura para receber um evento desse tamanho. Todos os municípios estão sofrendo, os atletas estão sofrendo, de um modo geral”, relata.
A competição seria sediada em Sorocaba, mas o local foi mudado pela Secretaria de Esportes, Lazer e Juventude, organizadora dos Jogos Abertos, a pouco mais de 90 dias para o início. A justificativa, à época, foi a falta de estrutura das praças esportivas sorocabanas.
Justificativas
A Secretaria de Esporte e Qualidade de Vida (Sequav) refutou as críticas e informou, em nota, que são servidas, por dia, “quatro refeições balanceadas e em quantidade suficiente para que a alimentação seja, inclusive, repetida pelos atletas e integrantes da comissão técnica das delegações de Sorocaba, caso desejem, sendo elas: café da manhã, almoço, jantar e ceia”.
Uma empresa especializada foi contratada por meio de processo licitatório para fornecer 12,6 mil refeições entre 3 a 15 de outubro, durante os Jogos Abertos do Interior. “O cardápio é balanceado, com todos os componentes nutricionais necessários, elaborado por uma nutricionista, com frutas disponíveis em todas as quatro refeições servidas ao longo do dia, bem como suco de frutas”, reforça a Sequav.
A secretaria garantiu que “a água potável também está disponível à vontade no alojamento, com a devida manutenção dos filtros dos bebedouros e, inclusive, foram compradas garrafas de água para que os atletas pudessem transportar para o local da competição”. E informou que “em casos especiais, dependendo do horário e local em que o jogo é realizado, as mesmas refeições servidas no alojamento podem ser entregues, de forma delivery, aos atletas já no local da competição”.
A Secretaria de Esportes do Estado de São Paulo informou que “a cidade de São Sebastião atende todos os requisitos estabelecidos pelo caderno de encargos para sediar os Jogos Abertos Horácio Baby Barioni” e que “eventualidades são resolvidas e comunicadas prontamente pelo Comitê Dirigente da competição, que tem como prioridade a realização de todas as modalidades, cumprindo rigorosamente a programação publicada nos boletins diários”. (Programa de estágio - supervisão: Eric Mantuan)