Torcedores do Corinthians picham muros do Parque São Jorge em protesto contra Cuca

"Fora Cuca" e "diretoria incompetente" são algumas das frases estampadas nos muros do Parque São Jorge

Por Cruzeiro do Sul

Torcedores do Corinthians picham muros do Parque São Jorge em protesto contra Cuca

Torcedores organizados e comuns do Corinthians picharam os muros do Parque São Jorge nesta sexta-feira (21) para manifestar revolta contra a contratação de Cuca para comandar a equipe no lugar de Fernando Lázaro, demitido do cargo na quinta-feira (20), mesmo dia em que o novo técnico foi anunciado.

Horas antes da apresentação de Cuca, marcada para o fim da tarde desta sexta, corintianos expressaram por meio de pichações o descontentamento com a escolha da diretoria pelo técnico ex-técnico de Atlético-MG, Palmeiras, Santos e São Paulo. "Fora Cuca" e "diretoria incompetente" são algumas das frases estampadas nos muros do Parque São Jorge.

Cinco organizadas ligadas ao Corinthians - Camisa 12, Pavilhão 9, Estopim da Fiel, Coringão Chopp e a Fiel Macabra - publicaram comunicados em seus perfis nas redes sociais protestando contra a chegada de Cuca. A Gaviões da Fiel, mais importante das uniformizadas, não se manifestou.

Outra fase mais forte dizia: "Queremos títulos, não estuprador". Essa manifestação diz respeito à principal razão da revolta dos torcedores: o fato de Cuca ter sido condenado por estupro em Berna, na Suíça, em um episódio que ocorreu em 1987.

Então meio-campista do Grêmio, ele foi detido com os também atletas Eduardo Hamester, Henrique Etges e Fernando Castoldi, sob a acusação de "manter atos sexuais" com uma menina de 14 anos.

Os jogadores permaneceram em cárcere por 30 dias. Fernando foi o primeiro a ser liberado, já que a sua participação no ato não foi comprovada. Dois anos mais tarde, Cuca acabou condenado a 15 meses de prisão e ao pagamento de US$ 8 mil. Em matéria publicada à época pelo Estadão, o treinador disse que o episódio o fez adquirir "experiência e maturidade".

A vítima narrou ter sido segurada à força pelos quatro jogadores do Grêmio. O processo permanece em sigilo na Suíça até hoje. Cuca nega ter cometido abuso ou violência sexual contra a mulher e alega que não teve a oportunidade de se defender. Segundo ele, o julgamento foi feito "à revelia", já que ele e os outros gremistas envolvidos no caso já haviam voltado ao Brasil. (Estadão Conteúdo)