Crise na CBF pode deixar seleção fora da Olimpíada

Por Cruzeiro do Sul

Perdiz de Jesus: interino

A crise política e institucional vivida pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) poderá gerar sua primeira consequência prática, e negativa, para o futebol nacional nesta semana. E pode deixar a seleção masculina fora dos Jogos Olímpicos de Paris-2024, que serão disputados entre julho e agosto deste ano. O Brasil é o atual bicampeão olímpico.

O Brasil corre o risco de ficar fora da Olimpíada porque a CBF precisa fazer a inscrição da seleção na disputa do Pré-Olímpico masculino, junto à Conmebol, até amanhã (5), segundo apurou o Estadão. O problema é que tanto a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) quanto a Fifa não reconhecem nenhuma decisão do presidente interino da CBF, José Perdiz de Jesus.

Perdiz, que era presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), foi alçado ao cargo pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), no dia 7 de dezembro. A mesma decisão judicial destituiu Ednaldo Rodrigues da presidência da CBF. A Fifa e a Conmebol tratam estas decisões como “intervenção indevida” na entidade brasileira.

No processo de inscrição para o Pré-Olímpico, a Conmebol só reconhece a assinatura do presidente, do secretário-geral ou do diretor de seleções da CBF. Mas o presidente Ednaldo foi destituído e a entidade não conta com um diretor de seleções desde a saída de Juninho Paulista, no início de 2023.

No caso do secretário-geral, há outro imbróglio. Isso porque Alcino Reis Rocha, que ocupava este cargo na gestão de Ednaldo, agora está na função de “assessor especial da presidência”, por decisão do presidente interino da CBF. Na prática, o agora assessor não poderia assinar a inscrição da seleção no Pré-Olímpico.

Mesmo assim, Alcino tem sido o único elo entre Fifa/Conmebol e a CBF nas últimas semanas. Todas as cartas da Fifa, por exemplo, têm o secretário-geral como destinatário. A confusão de cargos, neste caso, se deve ao momento em que Perdiz de Jesus assumiu a presidência provisória da entidade, logo no início do recesso de fim de ano. A mudança de funções deverá ser oficializada no dia 8 de janeiro, quando a CBF retomará suas atividades, em sua sede, no Rio de Janeiro. (Da Redação, com Estadão Conteúdo)