Gramado do Allianz Parque vai ser trocado
As más condições do gramado do Allianz Parque chamaram atenção no clássico entre Palmeiras e Santos, no domingo (28), pela terceira rodada do Campeonato Paulista. A vitória do time alviverde, por 2 a 1, foi marcada por críticas de ambas as partes ao campo de jogo, incluindo o técnico Abel Ferreira, que pediu “manutenção urgente”. A Real Arenas, empresa criada pela WTorre para administrar a arena, solicitou a troca total do piso ontem (29) no “menor prazo possível”.
Segundo a Soccer Grass, empresa que fornece a grama sintética ao estádio, laudos laboratoriais indicaram que as temperaturas elevadas das últimas semanas na cidade de São Paulo derreteram o termoplástico utilizado na composição do gramado sintético, transformando o material em uma espécie de pasta. Ainda de acordo com a fornecedora, o acúmulo de gordura causado pela poluição potencializou o efeito. A empresa destaca, ainda, a aprovação da Fifa para o uso do gramado, verificado em visitas anuais da entidade, e diz que está pronta para realizar a manutenção no “menor espaço de tempo”.
O elastômero termoplástico (TPE), mais conhecido como termoplástico, são partículas cilíndricas de até cinco milímetros de comprimento. A base do piso é uma tela de polietileno e propileno. Os tufos de grama são entrelaçados três vezes no suporte, para dar segurança. São necessários cerca de 30 blocos de piso, cada um medindo cerca de quatro metros de largura por 78 metros de comprimento.
Após a partida entre Palmeiras e Santos, circularam nas redes sociais imagens das chuteiras dos jogadores com a sola coberta com o termoplástico derretido. Um vídeo de um funcionário ajudando Weverton a retirar os resíduos das travas também foi compartilhado. Em comunicado após o clássico, o Palmeiras anunciou que não jogará mais no seu estádio até que o gramado sintético receba melhorias.
Como a parceria do Palmeiras com a WTorre prevê a utilização do Allianz para shows e eventos, a diretoria transformou a Arena Barueri na segunda casa do time. O estádio é gerenciado pela Crefipar, empresa de Leila Pereira, presidente do clube alviverde, ligada à Crefisa e a FAM, que venceu disputa para administrar o local pelos próximos 35 anos. O local foi utilizado na reta final do Campeonato Brasileiro, quando o Allianz recebeu uma maratona de apresentações internacionais.
A principal preocupação do Palmeiras é de que o gramado ruim do Allianz Parque cause lesões em seus atletas. Neste domingo, o meia Giuliano, do Santos, foi substituído com poucos minutos em campo após se machucar sozinho. Na quarta-feira, o recém-contratado Bruno Rodrigues sofreu uma lesão no joelho direito na vitória por 3 a 2 sobre a Inter de Limeira. O atacante vai precisar passar por cirurgia e ficará cerca de cinco meses afastado.
“Quando cheguei em 2020, nunca reclamei ou falei nada do (gramado) sintético. É uma opção válida e temos de entender que um estádio como este pode ser mais do que um estádio (para futebol)”, disse Abel Ferreira, em coletiva após o clássico com o Santos. “Entendo perfeitamente, mas há uma coisa que se chama manutenção. E não altero uma vírgula do que disse há um mês e meio e só há uma forma de melhorar: grama sintética e nova”, cobrou. (Estadão Conteúdo)