Abel Ferreira pede para torcedores apenas apoiarem o Palmeiras: 'Saber que estrela é a equipe'

Sobre o derby de domingo, às 18h, na Arena Barueri, Abel fez questão de dizer que não será um duelo de técnicos

Por Cruzeiro do Sul

Técnico Abel Ferreira

Foram somente oito jogos no ano, mas o Palmeiras faz uma temporada forte. Apesar de perder o título da Supercopa Rei nos pênaltis para o São Paulo, continua invicto, com cinco vitórias e dois empates no Paulistão e quase classificado para as quartas de final. Mesmo assim, Abel Ferreira ainda vê alguns jogadores sendo criticados e resolveu sair em defesa do seu grupo, pedindo que os torcedores deixem as cobranças de lado e apoiem o time, em sua visão, a "principal estrela."

"Os verdadeiros torcedores têm de reconhecer o esforço da equipe, saber que a estrela é a equipe. Tem uma minoria (que só critica). Queremos a maioria, aquele que diz ganhando ou perdendo estaremos com o clube", Pediu. "Que estejam nos ajudando, respeitando os jogadores. Já disse mais de 500 vezes, tudo o que fazemos no CT é para proporcionar jogos como fizemos hoje, com essa qualidade, e se der para fazer um placar mais elástico, de três ou quatro, vamos fazer", frisou.

"Temos de colocar um gelo na euforia e respeitar todos os jogadores que trabalham para que eles saibam e se sintam importantes e saibam que podem fazer parte da equipe. Faço as coisas pensando um jogo de cada vez para ter esse ritmo e qualidade."

Sobre mais um gol de Flaco López e a busca do Palmeiras por atacante - contratou Lázaro -, o treinador optou por atacar os críticos para defender o artilheiro do time no Paulistão, agora com cinco gols após definir o 1 a 0 sobre o São Bernardo.

"É o mesmo jogador que vocês criticavam há cinco ou seis meses", disparou o português. "Aqui (no Brasil), as pessoas querem meter a semente e que ela no outro dia germine. Plantam hoje para colher amanhã, não é assim que funciona", cutucou. "Ninguém cresce de um dia para o outro e sabemos o que fomos contratar, sabemos idade que tinha e o potencial que tinha. Nossa função é contratar jogadores e valorizar com nosso trabalho."

O treinador aproveitou para dizer que vai blindá-lo. E usou os experientes Raphael Veiga e Zé Rafael, intocáveis entre os 11 titulares, como exemplos de como a crítica levando e também joga um atleta no fundo do poço.

"Borja aqui não deu nada, foi completamente trucidado por nossos torcedores, está no River (Plate) e vai bem. Posso falar de Pedro no Flamengo, de outro que saiu no Atlético-MG. A cobrança aqui é grande. Palmeirenses, corintianos, são-paulinos, de outros estados também, não deviam ser tão exigentes com nossos jogadores. Queria que todos fossem tão exigentes com a sociedade, como com o futebol brasileiro", afirmou.

"Em relação ao Flaco, já quero por aqui gelo, porque é preciso tempo e paciência", explicou. "Não só para ele, mas para todos os jogadores jovens. Infelizmente, aqui no Palmeiras temos o exemplo do Zé Rafael e o (Raphael) Veiga. O Veiga hoje é ídolo, mas foi amassado, queimaram suas camisas e eles têm isso na memória. Sabem o que é ser cruel."

Sobre o derby de domingo, às 18h, na Arena Barueri, Abel fez questão de dizer que não será um duelo de técnicos com António Oliveira, pelo fato de serem compatriotas. "Sei que é um jogo importante, é derby e tem muita coisa em jogo. Mas vamos olhar para os jogadores que temos, preparar nosso equipe, mesmo tendo um dia a menos que nosso adversário", enfatizou. "É Palmeiras x Corinthians, não treinador A, B ou C. E os treinadores portugueses se respeitam muito." (Estadão Conteúdo)