Rubão deixa cargo de diretor do Corinthians

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Rubão

A recente saída de Rubens Gomes, conhecido como Rubão, do cargo de diretor de futebol do Corinthians, marca mais um episódio conturbado na gestão do clube. Anunciada nesta quinta-feira, sua demissão foi motivada por uma série de desentendimentos e atritos políticos internos, principalmente com Augusto Melo, o presidente do clube, e Romeu Tuma Jr., presidente do Conselho Deliberativo.

Rubão, que desempenhava um papel chave na política interna do Corinthians, foi um dos principais apoiadores e articuladores da eleição de Augusto Melo no fim de 2023. Desde o início de sua gestão, ele estava à frente das negociações de atletas e da montagem do elenco para a temporada. No entanto, seu mandato foi marcado por declarações polêmicas e por uma visível tensão nas relações internas.

Uma de suas falas mais controversas afirmava que “acabou a farra de Palmeiras e Flamengo”, frase que voltou para assombrá-lo à medida que os resultados em campo começaram a cair. Quem foi até uma casa de apostas brasileira confiando nos resultados do Corinthians esse ano ainda está no prejuízo.

A crise interna se intensificou após uma derrota para o Red Bull Bragantino, quando Augusto Melo prometeu mudanças no departamento de futebol. Rubão, que já vinha sendo questionado por suas decisões e postura, entrou definitivamente na linha de fogo. O ponto de inflexão foi uma entrevista na qual acusou Romeu Tuma Jr. de criar um "governo paralelo" dentro do clube,

exacerbando as tensões e levando a conflitos abertos com outras figuras de poder dentro do Corinthians.

Esses desentendimentos culminaram em sua demissão, com o clube agradecendo a Rubão pelo "trabalho e dedicação" mas decidindo não substituir diretamente o cargo de diretor de futebol. Agora, Fabinho Soldado, executivo de futebol, e Fernando Alba, diretor-adjunto, assumem as responsabilidades que antes eram de Rubão.

O episódio levanta preocupações sobre as consequências políticas dessa decisão. Rubão, conhecido por ter informações confidenciais sobre o presidente e por manter alianças políticas importantes dentro do clube, deixou um cenário de incertezas. Existe o temor de que membros da cúpula e conselheiros alinhados a ele possam se desvincular de Augusto Melo, o que poderia enfraquecer sua base de apoio.

Além disso, a saída de Rubão pode ser vista como uma tentativa de Augusto Melo de reafirmar sua autoridade e direcionar o clube para uma nova fase, menos marcada por conflitos internos e mais focada em resultados positivos em campo. A decisão de não nomear um substituto direto para o cargo de diretor de futebol sugere uma reestruturação e uma possível simplificação das operações no departamento.

Este episódio é marcante nos desafios que os clubes de futebol enfrentam no Brasil, onde a política interna muitas vezes influencia os próprios jogos. A saída de Rubão do Corinthians é um reflexo das dinâmicas de poder que podem, por vezes, desestabilizar a gestão e o desempenho dos clubes. Resta agora ao Corinthians e sua diretoria navegar por essas águas turbulentas, buscando restaurar a harmonia e focar na reconstrução do sucesso esportivo do time.