1º ouro para o Brasil

Beatriz Souza bate número 2 do mundo no judô, pela categoria acima de 78 kg

Por Cruzeiro do Sul

"Eu sou campeã olímpica", vibrou a brasileira, às lágrimas, após deixar o tatame

O judô, em seu último dia de disputas individuais, reservou ao torcedor brasileiro a conquista mais aguardada dos Jogos Olímpicos de Paris-2024. Beatriz Souza, da categoria acima de 78 kg, venceu a israelense número dois do ranking mundial, Raz Hershko, e deu ao Brasil a primeira medalha de ouro na França. A vitória é histórica também para a modalidade: pela primeira vez, uma brasileira sobe ao mais alto lugar do pódio olímpico da categoria feminina mais pesada.

Com o resultado, o judô se torna a modalidade que mais deu ouros a mulheres brasileiras e se isola como o esporte que mais garantiu medalhas ao País. O ouro de Bia é o 27º — e o número pode aumentar ainda nesta edição dos Jogos. Hoje (3), acontece a disputa por equipes mistas. Bia entrará no tatame mais uma vez, assim como Larissa Pimenta e Willian Lima, que receberam respectivamente um bronze e uma prata no domingo passado.

“Eu sou campeã olímpica”. Assim que deixou o tatame, Beatriz, às lágrimas, mal conseguia acreditar no que acabara de realizar em Paris. Quinta do ranking mundial, a brasileira de 26 anos viu favoritos da modalidade caírem ao longo dos últimos dias, antes de viver seu sonho em Paris e quebrar o jejum que o judô vivia desde 2016.

“É inexplicável, uma das melhores coisas do mundo”, disse Beatriz à TV Globo sobre a sensação de ser campeã olímpica. A judoca solicitou que a família não viajasse para Paris nos Jogos e segundo ela, a estratégia deu certo. “Eu consegui, deu certo mãe, pai eu consegui! Foi pela vó, mãe. Eu amo vocês mais do que tudo”, disse à família, em contato telefônico.

Beatriz Souza junta-se às judocas Sara Menezes e Rafaela Silva como campeã da modalidade. O confronto com a israelense foi o tempo todo favorável à brasileira. Ela conseguiu um waza-ari logo no começo da luta e o carregou até o fim do tempo regulamentar. Passiva, Raz Hershko não conseguiu fazer frente à adversária.

“Eu só fiz o que a gente vinha treinando todos os dias. É uma vida por um dia, a gente abdica de muitas coisas para estar aqui, e quando a gente abre mão de tudo e é campeã olímpica, vale muito a pena. Que venham muitas mais (medalhas) e vamos continuar torcendo para a galera”, afirmou a brasileira em entrevista após a vitória.

Na semifinal, a judoca já havia derrotado a primeira do ranking: a francesa Romane Dicko. Beatriz levou a luta para o golden score, em que qualquer ponto vale a vitória, e conseguiu encaixar uma imobilização. A oponente bateu e desistiu do confronto quando percebeu que não conseguiria escapar. (Estadão Conteúdo)